segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vitória

pra você um simples
nome

pra mim uma conquista
de se equilibrar

numa magrela
sem rodinhas.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ciclo sensorial

Já fazem duas semanas
que eu não escrevo uma
só palavra

minha inspiração está atrasada

acho que estou grávido
de idéias.






Brenowski

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Silêncio

Na cabeça
os vizinhos conversam
(inquilinos do corpo)

a lua uiva
os grilos discutem
a geladeira respira
(com pulmões morotizados)

meus olhos piscam
- tic-tac tic-tac tic-tac

preciso dormir
não consigo mais ouvir
o silêncio








Brenowski

terça-feira, 22 de junho de 2010

Repeat (10x)

disco arranhado
dedos sujos na
lente

saudades...
saudades...
saudades...
saudades...

sem chegar
ao ponto
certo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para Maria Gabriela

Voce me deixa sem ar
De sufocar
Explodi em paixões
Pelos ares
pelos arredores

sem palavras
nenhuma frase de impacto
balbucio
canções de mestres do passado

sem saber o que dizer
tento transcrever
sentimentos

agora sabendo
que não tem volta

não quero voltar.

Erro de português

esqueceu de pôr
um ponto final
no romance

e deu a retirar-c
na des_ulpa

esse acento é
pequeno demais
para nós dois.

(fingi que o nosso lance
foi só um erro
de português)

domingo, 13 de junho de 2010

Insaciável

de você
eu quero mais
é morrer.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Direção

Qual é o sentido da vida?
- sentido zona norte

- mind the gap -








Brenowski

quarta-feira, 9 de junho de 2010

DUAS CARAS 2.0

E dando continuidade ao espírito contraditório de ser (e viver), mais dois poemas DUAS CARAS: Comédia/Tragédia.







Comédia


O que um poeta
disse para o outro?













Nada. poetas não dizem
nada.






Tragédia

mais uma alma
perdida
caída no chão

se jogou do décimo
terceira dimensão do
quarto

a platéia assistia
o nascimento da tragédia
um parto mal sucedido
do amor já morto

a cortina se fecha
sobre o corpo

fim do último ato.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chuvas de verão

vai passar
Chico Buarque cantando

na janela do quarto
a coisa mais chata do mundo
ligando o karaokê

vai passar
como uma enchente
barrenta Lamosa do Rio

como uma manchete de jornal
horóscopo novo
do dia seguinte

como tudo na vida
momentos e borrões
nos olhos esbugalhados

rezando para que
a luz acabe e o show
temine mais cedo