segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sementes musicais para um mundo cibernético





"Assim como precisa de água a semente, requer a canção o ouvinte." Mas sementes, quando excedem o seu nível de água, podem morrer afogadas. Já a canção, quero dizer as canções que floreiam este belíssimo trabalho do Leandro Jardim (não poderia ser à toa) e seu Companheiro Rafael Gryner, sobrevivem e crescem nas ceras dos ouvidos alheios.
Pequenas sementes-canções - "que pedem não mais do que 15 minutos de atenção. Porque querem ser ouvidas como o todo de uma obra. Uma obra que, não se preocupem, busca condizer com seu tempo. E com o escasso tempo do mundo" - plantadas no (sub)solo das terras de concreto e aço de um mundo para lá de cibernético, buscando raízes no violão da bossa, no suingue do samba, no arrasta pé do nordeste e numa batida eletrônica. Raízes e misturas que sempre renderam bons frutos ao nosso povo brasileiro.
Com a ajuda de outros maravilhosos músicos, cantores e cantoras, um moderno e apresentável projeto gráfico, e além dos ótimos arranjos do seu já mencionado companheiro Rafael Gryner, Leandro jardim, grande poeta, músico grande, consegue se comprimir a uma flor delicada que precisa de cuidados quando nos rega com as palavras da canção Não se avexe (a minha predileta): "menina, cê não se avexe/cê não se esquece/esse nego merece um pouco mais de atenção"

"Nesse sentido, o que fazemos agora não é pedir licença, mas sim abrir a porta"
Com toda a autoridade do mundo, elas se alojam em nosso peito. As pequenas canções. Sementes que, acreditem, germinam com poucos segundos de vida.


Baixem e confiram este belíssimo trabalho neste site: http://umquetenha.org/uqt/?p=11774

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O primeiro Ó-CU-LOS

Finalmente, descobri qual é a minha fascinação por coisas esdrúxulas. Depois de vinte e três anos batendo cabeça e pedindo socorro.
Todo mundo, em algum dado momento da sua vida, passa por um período de adoração, paixões e taras, às vezes todas elas juntas de uma vez, por objetos e coisas utilizáveis, reutilizáveis ou medíocres, onde o vício em consumi-las e colecioná-las torna-se uma obsessão compulsiva de tirar noites de sono, apetites e de ganhar o pseudônimo de duenssas. Como por exemplo, colecionar cartões postais, chapéus, sapatos, vinis, tampinhas de garrafa, figurinhas do Chávez, calcinhas (Wandostyle)... Fascinações estas que ninguém está livre. A minha, finalmente, foi descoberta nesta semana. E, aliás, depois de descobrir também que eu estou míope. Sim, herança de família.
Tirando os livros, que estão num outro patamar, na casa do Amor e não nos casebres e inferninhos das Paixões & CIA., eu estou me tornando um estudioso na consultoria de moda dos óculos de grau, com as suas armações e modelos. Já tenho vários deles, uma coleção na cabeça! Acho que a notícia d’eu começar a usar óculos foi como tomar uma dosagem inconcebível de adrenalina. Estou super eufórico! Pelo que me lembre, a última vez que fiquei nesta felixcidade toda foi quando encomendei e me dei de presente o livretienho “Rapapés e Apupos” da Bruna Beber no final do ano passado.
Mal posso esperar para me tornar um quatro olhos, ficar com cara de professor de história e ainda mais diferente do Clone.

Leite & Água

A tentativa de dois substantivos
cutâneos em se tornarem um único copo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Olá

oi
você dizia

mudei
preciso delas
as mudanças.

sábado, 18 de junho de 2011

fora

tem pessoas que
se importam com o que
você diz

digo, com o que
você é

o que você faz?
escreve.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Poema dusotros

moradores de quitinete

o chão de quitinete
acumula os mesmos ácaros
que andam pelos os corpos e cabelos
compartilhados no único
travesseiro úmido
dos moradores de quitinete
quando sentem sono.

Poema de Ana Guadalupe retirado de seu livro "Relógio de Pulso" (7 letras/2011).

a carne mais barata do mercado




"A revista Minotauro chega, em junho, à sua terceira edição sob a égide da CARNE. O volume conta com textos e imagens de Camila Moura, Renata De Bonis, Patrícia Reis, Cecília Cavalieri, Julia Debasse, Louise DD, Ana Fay, Zander Catta Preta, Ana Rodrigues, Artur Barrio, Ana B., Francesca Angiolillo, Maria de Fátima, Rafael Sperling, Kelly Lima, Fê Castello Branco Oliveira, Cassiano Viana, Jorge Rocha, Marta Egrejas, Juliana Amato, Alice Sant´ana, Ramon Mello, Carolina Andrade, Leo Marona e Diego Paleólogo.


No Rio de Janeiro, serão dois eventos. Pré-lançamento no dia 09 de Junho, no Bar Rebouças (Jardim Botânico) e o lançamento oficial durante a semana de inauguração do espaço da editora Oito e Meio, no dia 16 de Junho (Flamengo).


A Minotauro foi lançada em agosto de 2010, como um novo espaço impresso para a publicação de escritores e artistas, tendo por inspiração a francesa Minotaure, porta voz do movimento surrealista, e os escritores argentinos Jorge Luis Borges e Julio Cortázar, que abordaram de forma sistemática e inventiva o Minotauro e o Labirinto.


A revista tem como objetivo principal a publicação de novos autores e artistas. Em seus três números a Minotauro já contou com a colaboração de nomes consagrados, como Bráulio Tavares, Antônio Cícero, Luciano Trigo e Armando Freitas Filho; conta também com a colaboração dos portugueses Manoel Caeiro (artista plástico), Jorge Emanuel Espinho e Patricia Reis (escritores). Dessa maneira, a revista funciona como uma ponte geracional e estabelece diálogo entre países e culturas vizinhas".


Cassiano Viana e Diego Pale
Editores

Publicado no blog do Ramon(es).


É para devorar e depois arrotar e palitar os dentes.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Doze de Junho

Neste dia estou me sentindo
o beatle mais solitário
o beagle no alto da janela
que adora se deitar ao pé douvido da cama

tudo o que eu queria
era estar contigo enrolado
em uma camisa
xadrez
dentro duma caixa como
Rei & Rainha
(Ele preto & Ela branca)

hoje
é dia de dependência
de se render ao excército vermelho
exceto a Rússia e em Filipinas

antes que eu
me esqueça do dia

feliz
é o dia dos namorados.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ele & Ela II

Ele & Ela II

- pegue na minha mão e não solte.
- por quê ?
- será melhor para nós dois, eu lhe garanto. E então, vamos para a direita ou para a esquerda ?
- eu não sei. Você é o homem.
- e daí ?
- você decide.
- então vamos para a direita.

Ela lhe puxa para o lado esquerdo

- desculpe, às vezes eu sou homem...
- sem problemas. Algumas vezes eu sou mulher...
- sua mão tá quente.
- e a sua ta suada.
- é que eu estou suando frio. Sou uma pessoa fria.
- e eu tenho o sangue quente.
- eu nunca brinquei disso...
- relaxe. Basta que nós dois não soltemos as nossas mãos.
- e se elas escorregarem ?
- eu te seguro mais forte !
- para sempre ?
- até onde eu conseguir...
- essa brincadeira não termina nunca ?
- só quando nós dois enjoarmos dela.
- tem tanta gente brincando disso.
- são as circunstâncias...
- e se nós acabarmos nos separando ?
- podemos recomeçar tudo outra vez.

Por um momento de distração eles acabam se soltando. Uma mão toca no ombro dele.

- está com você !

Todos fogem, gritando, correndo e rindo. Ela está parada olhando para ele. Ela sorri e também corre na direção dos outros. Ele sorri.

- 1...2...3...está comigo !

I Love this game.

Desfibrilador.mp3

"E eu que achei que tinha morrido
hoje o coração bate tão forte
no grave
que nos ouvidos da até zombido

Se com a bossa nova aprendi a ler
com o rep aprendi a escrever
escutar a respiração mundana
observar os tateios
pelas vias suburbanas

sentimentos em formas de
verso e prosa... REFRÃO !
prestando atenção
cada palavra que sai da boca
de um irmão !
cada letra escrita pelo coração
cada melodia que assobia à alma,
não é em vão..."

sábado, 11 de junho de 2011

Lançamento do espaço Oito e meio




Preparem-se para a inauguração do espaço, sede da mais nova editora do certame carioca, a editora Oito e meio e para o lançamento do livro de estréia do contista e escritor Rafael Sperling, não necessariamente nesta ordem, chamado "Festa na Usina Nuclear".
Rafael Sperling é frequentador do Clube da Leitura e é por lá que você poderá conferir alguns dos seus fantásticos contos, ora sujos, ora abusivos e absurdos, da literatura fantasmagórica contemporânea. Meríto pra poucos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

pesquisas

é uma pena
perder de vista
o coração

em quedas de luz
blackout morte de
pilhas duracell

se tento procurá-lo
em respostas e letras
formatadas em queridos

diários poéticos
acabo em vão nos
antigos cartões-postais

meus olhos úmidos
compenetrados de alegria
em fotografias

naquela época
o meu sorriso era mais branco
que as roupas de um médico.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ele & Ela I

Eles se encontraram por acaso:

- Você pode me dar uma informação ?
- Eu também estou perdida igual a você...
- Então podemos ir juntos ?
- eu não sei...estou atrasada.
- Tudo bem, a gente caminha até a próxima esquina
- então tá.

Andaram por todo um quarteirão.

- você acredita em destino ?
- qual deles ?
- existe mais de um ?
- existe ele em diversas formas
- é como se fosse um deus hindu ?
- aí eu não sei...os deuses hindus são destinos ?
- todo deus é destino ! o que eu quis dizer é que os deuses de lá ganham outras formas
- sim. Os deuses de lá não cantam como os de cá.
- E então?
- Então o quê ?
- Você acredita ?
- Em deus ?
- Sim e não. No destino.
- Depende. Só não acredito quando ele não é amor.
- O destino de duas pessoas que se encontram e vivem juntos não me convence.
- Eu nunca acreditei nos compromissos que fossem obrigados.
- Eu também não. Estamos andando por alguns minutos e nem por isso temos que nos apaixonar.

Conversaram por mais de duas horas.

- acho que estou atrasada.
- eu já perdi a hora...
- obrigada pela a sua companhia viu ?
- foi um prazer !
Antes de se separarem
- amanhã a gente se esbarra outra vez ?
- quem sabe ? mas é só amanhã ta ? eu não acredito em destinos programados.
Se esbarraram durante 6 meses.
- será que estamos indo longe demais ?
- eu não sei, estamos sempre perdidos.
- eu sei, mas eu quis dizer outra coisa.
- que coisa ?
- essa coisa, a nossa coisa !
- você acha ?
- eu tenho medo de não dar certo
- dá mesma maneira que tudo pode dar certo, tudo pode dar errado.
- É sua ?
- O quê ?
- A frase.
- Não. É do Woody Allen
- Ele é romântico.
- Você acha que devemos terminar ?
- Sim....a tendência é que nós vamos nos apegar cada vez mais e depois quando tivermos que nos separar, estaremos dependentes um do outro.
- Vamos nos separar?
- Essa é a tendência de todo casal.
- É verdade....Meus pais são separados...eu nunca acreditei que os relacionamentos possam dar certo.
- Meus pais se separaram 3 vezes, e ainda hoje, separados, eles pensam em se separar mais uma vez.
- Vamos nos separar agora ?
- Eu não sei...
- Mês que vem ? que tal ?
- Pode ser. Mas não mais que isso.
- Pra mim tá ótimo.

Namoraram durante anos.

Os netos nunca acreditaram nas histórias de vovô e vovó. Que viveram juntos separados durante anos e nunca se apaixonaram.

terça-feira, 7 de junho de 2011

É o Clube!


Hoje é dia de festa no sebo Baratos da Ribeiro em Copabeach! O Clube da Leitura comemorará os seus quatro anos de vida numa festa com muita farra, bebedeira, música e contos deliberadamente contados por quem entende do assunto.
A arruaça começará a partir das 20:00h.







http://www.baratosdaribeiro.com.br/clube-da-leitura-venha-festejar-os-4-anos-da-farra-nesta-terca-dia-7-e-entre-no-esforco-coletivo-pela-proxima-antologia/

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sujeira total!





Está circulando por ai a segunda edição do jornal sujo, editado e coordenado pelo poeta de mil e uma notas Denis Rubra e mais uma galerinha forte da Uerj, com parceria do povo do plástico bolha!
Saca só que está muito bom!

Poemas + crônicas + dicas + contos + uma poderosa entrevista com o poeta e filósofo Antônio Cícero.

Sujô Mano!