segunda-feira, 31 de outubro de 2011

touro e eu





Na terça-feira que vem, dia 08, o Circo será tomada por uma onda diferente das que nós, carioquíssimos supremos, estamos acostumados a pegar. Nada contra os surfistas bombados e cabeludos, mas nadar a favor da correnteza, pegar jacaré e não tomar caixote no fim, é uma glória imensa para quem não está acostumado com mar aberto.
é o tipo de onda que, talvez, eu sobreviva.

domingo, 30 de outubro de 2011

Navego entre o "vai e vem" das suas pernas
Navegador com um certo conhecimento de mares
Ao se deparar com o desconhecido
Excita a alma desbravadora !

Lembra de outras embarcações que naufragaram
Empreitadas sem sucesso ,mas mesmo assim,
sem saber o que esta pra acontecer... ele só consegue prosseguir...
sem olhar pra trás... e só descansará após o gozo do sucesso

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

um curto passeio na rotina de um domingo qualquer

estou dormindo. alguém me bate durante o sono. eu acordo a socos e pontapés. a minha namorada sonha, fala e chora dormindo. eu a acalmo para ela voltar pro sono. a minha namorada me ama. acordo pela manhã pouco inspirado.coloco para tocar uma música. todos dentro de casa acordam. já é quase meio dia. vamos tomar banho e nos arrumar para tomar café. estou repetindo a mesma música. a minha namorada adora ouvi-la e de me ver cantarolando-a. ela é a canção que eu mais amo. meus irmãos e meus amigos se identificam com ela. em pleno domingão, flango ou macalão. e se o negócio é bom, cê fica chineizim. não comi flango e muito menos macalão. não fiquei satisfeito com o pastel chinês de camarão. passamos na padaria do portuga para comermos pão com ovo e misto. o roteiro do dia é roteirizado por um pássaro. todo domingo tem um roteiro estipulado. estamos divididos em dois carros a caminho de um parque no Leblon. no meio do caminho alguém ficou para trás. estou repetindo a mesma música. meus amigos curtem a pedida. estacionamos o carro sem muitas dificuldades. ninguém conhece o local. uma vista bonita nos consola. namoramos um pouco no ninho do(i)s irmãos. o atrasado nos alcança. várias fotos da família reunida. o pássaro pinta uma fotografia. estou namorando e distraído. o passeio se estica. estou repetindo amesma música. a minha namorada já está enjoada dela. queremos cerveja e churrasco. uma pausa para a falta do que fazer. todos adoram essa hora. já estamos cansados. queremos cerveja e churrasco. chegou a hora de partir. estamos voltando pra casa. estou repetindo a mesma música. a minha namorada reclama dela. fico ausente. parada obrigatória na praça do bairro para molhar a garganta. as crianças jogam bola numa arena de paralelepípedos, entre bancos de concreto, gangorras e pedestres. não existe gol ali. elas improvisam. não estão nem ai. estamos com as portas dos carros abertas e com o som ligado. já estamos bebendo. queremos churrasco. improvisamos uma linguicinha frita com cebola. estou repetindo a mesma música. peço para não trocar. a minha namorada pede para eu calar a boca. ninguém aguenta mais ouvi-la. não existe amor em Sirte. fico contrariado. o sol se põe. estamos catando latinhas. a dona do bar não nos (re)conhece. o povo já vai-se embora. estamos subindo pra casa. ainda sobrou espaço para uma pizza. alguém resolveu fumar. estamos todos socializando. é tão bom dormir com o seu amor. há uma felicidade na cama. estamos todos entregues. a madrugada está fria. a minha namorada ronrona como uma gata. é tão triste ter que deixá-la para ir trabalhar. acordo ainda de noite e levanto-me para a luta. estou repetindo a mesma música infinitamente.

Elemento Amor

Cataventos

(parte treix)



- Vamos ao teatro?

Por pouco o rapaz quase respondeu “Eu te amo”. Mas ele se deu conta de que estava no refeitório do trabalho. Denise olhava para ele na esperança de receber alguma resposta, qualquer resposta. Enquanto os funcionário não os enxergavam. Os dois eram os únicos com os olhos caleidoscópicos.

Pensou. Pensar é relacionar imaginação com intelecto. Todo pensamento carrega em si uma imagem em ação. Eu penso que sei o que eu estou escrevendo, logo o meu pensamento carrega dentro de si a imagem de quem sabe que no final vai tirar uma boa nota na prova. Imaginar e pensar estão mais próximos um do outro do que você pode pensar ou imaginar.

Teria respondido isso na prova de imaginação I. Mas Denise continuava esperando alguma palavra que saísse de sua boca.

Ela era bem mais velha do que ele. E não era a sua beleza que lhe chamava a atenção, eram suas palavras que sempre embaralhavam as suas idéias. Algo saía da boca de Denise e era tão belo que se transformava em um único ser. Um cardume de borboletas voava como peixes no m(ar). O rapaz até que tentou entender tudo aquilo mas foi em vão. Era novo demais para compreender tantas palavras sem sentido. Achava tudo aquilo muito mágico.

Sentado na platéia, Rodrigo pensou que respondeu “Sim” ao convite de sua chefe.

Ele se espantou ao se verem no palco. Os personagens eram exatamente eles: Rodrigo, Débora e Denise.

Mais do que personagens, os atores eram eles mesmo interpretando eles mesmo. Eles mesmo que eu digo são os nossos três personagens e não os da peça. (espero não ter confundido a cabeça e os pensamentos de nossos leitores).

Como era estranho assisti-los de longe. Viu na pele o que era o distanciamento Brechtiano.

Assistiu a vida como ela é: uma tempestade com muito som e fúria e pouco Milkshake de Shakespeare.

Após o jantar no teatro, decidiram fazer a digestão num bar. Ainda com dificuldades em engolir algumas idéias, Rodrigo não se segurou e arrotou uma delas:

- Você acredita no amor? – silêncio em todo o bar. Foco na mesa do casal. Denise disfarça colocando o cabelo para de trás da orelha. Dá uma risada de leve.

- O amor... Se tem algo que nunca deveria ter sido gramaticado, esse algo é o amor. Ele nunca foi refúgio para ninguém. Muito pelo contrario, ele expõe. Somos livres para amar mas nunca estaremos livres do amor. Ele é absoluto. Enquanto tiver uma pessoa no mundo sofrendo, existirá o amor. Nós não enxergamos o amor porque ele é abstrato. Só quando você estiver bem velhinho, se dará conta de que esteve o tempo todo perto de amar mas nunca conseguiu enxergá-lo.

As luzes se acendem. Todos aplaudem Denise de pé. O garçom lhe traz um buquê de flores em uma bandeja. Flashes de câmeras e rosas são jogadas em cima dela.

Rodrigo emocionado, pensa, imagina, lembra de Débora.

No dia seguinte o casal voltou para o velho parque que em outros tempos cultivou o brilho da primavera. Lembrou-se do catavento que sobrevive aos ventos. Um catavento não é catavento até o momento em chega o vento. Só assim ele pode mostrar sua função, sua identidade e sua beleza simples de ser um catavento.

Poesia à parte, Rodrigo tentou segurar a mão de Débora com força para que eles não se separassem no meio daquele furacão.

Não importa o que o homem faça, Amar é sempre estar condenado à liberdade das escolhas. É estar disposto a escolher.

Não pensou em mais nada, não imaginou coisa alguma.

Sartre é mesmo o cupido que sempre esteve certo o tempo todo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

presente

temo pelo costume do tempo
que envelhece e toma conta de tudo
o vencimento das carnes

há algo de podre na geladeira
alguns talheres sujos no armário
mas para quem já derramou

um gole de leite no chão
é normal ter cheiro de mofo nos pés
eu faço o possível para não envelhecer

como os jornais, as notícias e o bolo
de chocolate nos potes de sorvete
mas é você quem contribui

com o milagre da vida
de ser meu único dente branco
no meio dos sujos e cariados.


para a única criança que merece todo amor e carinho do mundo.
te amo minha pitu, quiquinha.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fim de semana no CEP 20.000

Moçada, eu e b1 estaremos nos apresentando com as DuasCaras no próximo CEP que rola toda última quarta do mês no Sérgio Porto. Faça chuva, ou faça sol, tá todo mundo convidado.



CEP DE OUTUBRO



ESPAÇO CULTURAL SÉRGIO PORTO



rua humaitá, 163 / fundos – 2535 3846

quarta – 26 / 10

20:30 – 5 reais



20:30 - cine cep

21:00 – farani cinco três / drummond a céu aberto

21:10 – paulo francisco paes / piano

21:20 – farani cinco três / baixo drummond

21:30 – sábado e domingo / poemas

21:40 – organismo e companhia / palavras / circo / música

22:00 – os azuis / rock and roll

22:30 - microfone aberto / o imprevisível você

23:00 – fim.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Elemento Amor

Cataventos

(parte dói sss)


No dia seguinte, Rodrigo como de costume (é costume meu enfiar costumes em todos os lugares, por isso não se espante, leitor) chegou cedo no trabalho. Para passar o tempo, abriu o livro de Nelson. Denise entra nesse exato momento do livro:

Tentava – bom dia – voltar disse para Rodrigo página vento que de vista perdeu.

- Está estudando?

-Não, estou lendo... - o rapaz ficou decepcionado com a sua incapacidade em alegrar as pessoas com respostas certas.

- Ótimo! “Ler é mais importante do que estudar”. Algumas palavras acabam se tornando obsoletas com o passar do tempo.

- É o costume? – pergunta Rodrigo com medo de ter escolhido a pergunta errada.

- Pode ser. Principalmente daqueles que preferem responder com tal palavra ao invés de mudar de costumes.

Com tanta Rodrigo sempre viu da boca os cabelos Denise batiam borboletas sair que desarrumados deixava-o com as asas força.

- Por que você não faz uma faculdade?

- Porque... - ele tentou pensar em alguma coisa que valesse realmente a pena dizer - Porque eu ainda não sei o que fazer... - por via das dúvidas preferiu ficar na dúvida.

- Venha aqui, eu acho que posso te ajudar em encontrar um caminho.

Denise com seus passos foi literalmente varrendo os objetos de sua frente até atravessar a parede da sala sem a menor dificuldade ou preocupação.

Surpreso com aquilo, Rodrigo seguiu-a e por um momento achou que cairia em uma armadilha de papa-léguas. Ele coiote, daria com a cara na parede por não acreditar em desenhos animados. Sorte a dele por existirem coisas impossíveis.

Lá dentro, viu estantes repletas de livros. Todos coloridos e com cheiros distintos um do outro.

- Como nós conseguimos atravessar...

-Só aqueles que tem a imaginação fértil são capazes de fazer tal coisa.

Denise tinha toda a segurança de quem tem sempre razão ou melhor, a imaginação fértil.

- É aqui que eu almoço todos os dias. – ela tira um livro da estante e entrega-o – experimente.

Rodrigo pegou o livro Alice No País Das Maravilhas.

Ao mastigar as páginas sentiu o gosto doce de suas palavras: “Se você não sabe para onde ir, não importa que caminho tome...”

Já tinha a resposta. No dia seguinte o rapaz se matriculou no curso de Patafísica.

Rodrigo e Denise criam o costume de sempre almoçarem dentro daquela sala fora da realidade. As barbas do rapaz cresceram de uma tal maneira que ele podia guardar muitos livros dentro dela.

Almoçavam com os grandes pensadores da história: Sócrates, Hegel (antes do prato principal para não causar indigestão), Platão e como sobremesa Foucault; passavam horas discutindo as impossibilidades humanas.

- Você tem filhos?

- eu não....eu tenho medo de passar para os meus filhos toda a minha inteligência e ficar sem nenhuma para mim.

Silêncio.

Freud fingiu que se engasgou com a comida. Nietzsche come de cabeça baixa olhando para o prato.

- Estou brincando!

Todos suspiram aliviados.

Rodrigo já havia se acostumado a não dormir ou ficar acordado (dependendo do gosto do leitor). Passava as noites em claro no escuro conversando com dois amigos: Mario e Oswáld de Andrade.

Estudando as matérias da faculdade: imaginação I e II, imaginou ter escutado o seu telefone tocar. Precisou fechar os livros e voltar para a realidade para saber se tal ocorrido era mesmo fato verídico. Imaginou que pudesse sim ter escutado o telefone e que poderia atendê-lo:

- Alô.

- Oi amor.

- Oi... amor.

- Vamos ao cinema?

- Hoje não posso... Estou estudando - Rodrigo não tinha dificuldade alguma em ser frio.

A conversa foi interrompida por uma terceira pessoa que entrou na linha, o silêncio. Isso estava longe de ser imaginação.

Depois de tanto imaginar coisas, percebeu que estava pronto para a prova da faculdade. E percebeu que a razão deveria ser algo facultativa.

Ensinou o galo da vizinha a cantar canções líricas para que o ajudasse a despertar da sua insônia crônica. O galo parecia ser o único esperto naquele lugar.

Pensou que poderiam fugir de toda aquela tempestade. Ele, ela & sua imaginação longe de ser racional. Decidiram tirar férias. Viajaram para a Europa a fim de respirarem novos ares.

Rodrigo sentia as mudanças em seu corpo. Toda aquela poeira estava saindo de sua pele já condicionada. Seus olhos mudavam de cor e aos poucos, não conseguia mais dizer “Eu te amo” independente de qualquer língua.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Juventude transviada (.)

eu quero ser o mais quieto dos dois
mas não consigo imaginar esse lugar sem as golpeadas de vento, como dizem que
é no verão e o cassino vaza para o mar
acumulamos grandes capitais e centros urbanos de história apenas intuída
onde emboscaram paco urondo?
jogamos pesado na cerveja local
por conta da qual e do acúmulo tínhamos breves desentendimentos
pela manhã, nos desculpávamos. Como fazem, em última instância, os poemas
bosquejo de método. A linguagem contrata.
Queremos que os livros ponham suas carnes na balança e pesem
e (não) algumas notas que se apressam a ironia fácil de um café chamado tiempo
a autopista cruza um tal rio matanza
nenhuma coincidência
então que você estivesse ainda mais lindo nos dois últimos dias de nossa estada
e que eu agora os pés na minha nascença reconheça que estou
inteiramente seduzido……………………………. pela afirmação


Ainda bem que existe Ismar para nos salvar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Elemento Amor

Cataventos

(parte huum..)

Rodrigo acordou sem conseguir dormir.

Despertou dos seus pensamentos que lhe prenderam durante toda a noite.

Foi recebido com um café da manhã entregue pelo seu mais novo uniforme de trabalho. Aquele seria o seu 1° dia de trabalho.

Rodrigo gostava das primeiras vezes de todas as coisas. A primeira vez em que ele conseguiu levantar uma sobrancelha, a primeira vez em que girou a cabeça 360° e a primeira vez que conseguiu permanecer 5 segundos sem os pés no chão.

Comendo biscoitos de vento, Rodrigo tentava se acalmar do furacão que se formava em seu estômago. Seu blusão lhe massageava com as mangas numa tentativa de acalmá-lo.

Saiu de casa ainda de noite, andando de mansinho para não acordar as coisas que ainda estavam dormindo.

Ouvia a respiração asmática do vento.

Em frente ao tronco metálico com folhas feitas de blindex, o jovem rapaz sentiu o furacão se aproximando cada vez mais de sua boca. Por um momento achou que iria vomitar. Como ele havia comido biscoitos de vento, teve a impressão de que iria vomitar o próprio furacão. Pensou em voltar para a cama onde lá ele achava que todas as coisas eram eternas.

Ao primeiro passo que deu entrando goela adentro do prédio que dormia de boca aberta, achou que entendia a teoria do caos. Mas foi apenas um pensamento de uma borboleta que sonhava em ser um homem do outro lado do mundo.

Chegou cedo demais e decidiu esperar na sala que fora instruído ficar. Todas as coisas ainda dormiam sossegadas. Rodrigo era o único que perdia o sono por causa do medo de pensamentos Herméticos assustadores. Escutava o ronco do computador e viu a felicidade. Sim, felicidade é abrir os olhos para as coisas que estão dormindo.

Reparou no catavento colorido em cima da mesa. Sentiu o seu olhar de paisagem sendo sugado para dentro das hélices coloridas daquele pequeno objeto de papel.

Cataventos indicam quando o clima está mudando. Ele nos mostra quando o tempo está fechando ou quando se aproxima uma tempestade de pensamentos.

Eu não sei bem o que foi que aconteceu querido leitor mas neste exato momento da história Rodrigo voaram folhas Denise abriu assustado rodou sala objetos cataventos acordaram descabelado porta despertando abriu terminou todos rodou como louco olhou objetos para ela

- Bom dia – disse Denise com todo o ar nos pulmões.

Rodrigo olhou para a janela e viu o sol que também havia despertado.

- Bom dia... - respondeu o rapaz tentando puxar ar dos pulmões.

- Prazer, eu me chamo Denise e eu serei a sua chefe. Ou melhor, - ela se aproximou de Rodrigo enquanto ajeitava os cabelos bagunçados do rapaz – eu sou aquela que vai te orientar nos momentos em que você mais precisar.

Os Rodrigo papeis voarem retribuiu voltaram com um pela a sala sorriso tímido.

De noite, Rodrigo saiu do trabalho e passou na casa dos pais de Débora.

Como de costume, Dona Lenira abriu a porta muito receptiva. Como de costume, Rodrigo lhe deu boa noite e como de costume ambos seguiram seus caminhos sem se olharem. O hábito cria uma intimidade falsa.

Ao passar pela sala onde seu sogro estava sentado assistindo TV, percebeu que tanto ele quanto ela estavam enfaixados feito múmias. Intimidade não é falsa. É verdadeiro. É todo aquele costume falso em tentar permanecer íntimo com outra pessoa...

E antes de terminar esse pensamento, Rodrigo se lembrou de vestir o casaco antes de entrar no quarto de Débora. Estavam se acostumando com o clima frio.

Débora, em frente ao computador, lhe respondeu com os dois olhos azuis frios e uma faísca de beijo feito esquimó, que pouco acendeu o peito de Rodrigo.

O rapaz tirou a neve de cima da cama antes de sentar.

- Como foi o seu primeiro dia de trabalho?

- Foi tudo tranqüilo...minha chefe parece ser uma pessoa legal.

Barulho de MSN e pouca conversa entre eles.

-Tomara que seja. Para ela não ficar pegando no seu pé.

No momento em que ela completa essa frase, o vento traz para o quarto um SMS pela janela derrubando um livro da estante. Rodrigo pega o livro do chão .

“A vida como ela é”.

- E o seu dia na escola?

- Eu estou num cursinho de pré-vestibular, meu amor, não é mais escola.

- Desculpe. Foi erro de gramática.

Errar no português é humano.

- E então?

- O quê que tem?

- Como foi?

- Foi chato... Tive aula de física hoje.

Rodrigo não conseguia tirar os olhos dos ensinamentos de Nelson.

- Posso levar este livro? – perguntou cortando a conversa.

-Pode... Eu nem me lembrava que eu tinha esse livro.

O frio congela os pensamentos até deste escritor que no momento da história pouco tem a acrescentar se não o fato de que Nelson Rodrigues é mais educativo do que os livros de escola.