sexta-feira, 27 de setembro de 2013

enema of the state


aqui
até a pessoa mais liberal
tem o rabo preso.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

fu(tu)ro




no meu relógio biológico
tu és o buraco negro
atrás do arco
da íris e bílis negra
onde eu me acho
quando fecho os olhos

aquela parte vazia que carregamos
dentro da gente
com tanto carinho

tu é ausência
o furo na palma da mão daquele
que tinha um caminho escrito
nas brancas páginas das solas dos pés

o elo perdido
entre o que eu era
com o que nós podíamos ser

(presente de grEgo).

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

um pouco mais de corpo


- bom, em primeiro lugar, eu quero agradecer ao lucas viriato por ter nos dado forças no jornal plástico bolha. ali demos os nosso primeiros passos poéticos.lembro-me que ao ver um poema meu, digo, nosso, publicado no jornal, tive a sensação de estar voando.

em segundo lugar porque este pequenino livro-grandioso "corpo pouco"

                                                                           

me fez refletir sobre muitas coisas que ocorreram e que ainda estão correndo em minha vida, nesta minha realidade de viver nas nuvens.

eu sempre me senti um poeta, sabe? desses que acham que somos deuses vivendo no olimpo. a herança do pensamento grego eu carrego em minha caixola. desde cedo aprendi, como esquema de sobrevivência, que nesta sociedade a melhor opção é pensar com o umbigo. 

me sentia prosa só por gostar de poesia heringer.
em minha cabeça de "poeita" a poesia era uma roupa, sabe? uma roupa da hering, um uniforme de super-herói que me dava super poderes. isso ainda realçava a minha silhueta social.

passei anos acreditando que era dotado de conhecimento e principal responsável por leva-lo à minha sociedade, ajudando os meus semelhantes a enxergarem o mundo através da poesia. eu me sentia um atlas.

hoje, após algumas experiências transcendentais, descubro que existe vida além da mente.

no momento em que tive mais medo de me afogar nas ilusões da minha mente, fui salvo por quem? pelo meu corpo que me trouxe de volta para realidade.

sim, o corpo é o que temos de mais real nesta vida. o corpo se pega, se mexe, se balança e se requebra e traz febres de sábado à noite.

após anos acreditando que esta guerra entre os dois lados da minha vida não iria acabar nunca, percebo que eu só precisava arrumar uma outa forma de enxergar a vida, olhar o mundo com uma outra perspectiva.

então, chega de viver no mundo da lua! preciso voltar à terra.

o meu corpo, e o "corpo pouco", me fizeram percebe que podemos ser siameses conosco mesmos (mas até certo ponto, é claro. é preciso respeitar os quadrados da matéria).
ou também podemos aprender com as mães como é trabalhar com duas energias diferentes em um único corpo-realidade, em período de gravidez.

agora eu sei que a minha insônia e a minha hiperatividade não são doenças como eu imaginava, mas sim coisas da minha própria cabeça.

agradeço ao lucas viriato, poeta da cabeça aos pés, por me fazer aprender neste livrão que há possibilidades de levar a poesia das mãos ao restante do corpo, ou do restante do corpo as mãos, como já profetizava o mestre sexta-feira (ericon pires).

em matéria de realidade, o corpo nos mostra que é o local onde encontra-se o agora.
e agora eu aprendi que os verdadeiros poetas são os atores de filmes pornôs.


obs.: lucas, estive pensando, será essa a resposta que darei quando me perguntarem sobre o seu livro "corpo pouco".

obs.II: só os que tiveram ou terão o "corpo pouco" de lucas viriato nas mãos entenderão o que eu estou falando.