quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ué,eu?!

“Quem sou eu?”Agora já não tinha mais jeito.Eu precisava responder a esta pergunta.
Não sabia o que responder,momentos assim me constrange.Responderia o que então?fingia que não tinha entendido a pergunta ou dava qualquer resposta besta para descontrair o clima?
Fugia dela sempre que me aparecia,fugia como os políticos fogem das perguntas dos repórteres,como namorado foge das “Discussões de relacionamentos”:
- E então,quem sou eu?Eu sou o EU ou sou o MIM?
Suando frio,engoli de uma só vez o uísque que fervia no meu copo.
Meu superego travava uma briga feroz com o meu alterego pra saber quem responderia primeiro.Pensei:
“Bem,eu sei quem eu fui,e sei quem eu gostaria de ser....mas não sei quem sou”
Pronto eu já tinha meia resposta,agora só faltava o restante dela.Eu já tinha um passado e tinha esperanças num futuro,mas o meu presente não estava presente.Me lembro de todas as coisas que eu fui e que depois,no futuro,me tornei a ser.
- Eu sou então, tudo aquilo que eu fui com aquela vontade de vir a ser.Sou uma grande “mutação”
“Na vida nada se cria,tudo se transforma”.Esta ai.Eu me transformei em algo que não possui rótulos,”Uma metamorfose ambulante!”(gritou Raul seixas no radio numa tentativa de acabar com o meu sofrimento).
Eu sou tudo o que eu gosto,sou os meus prazeres,vontades,eu sou as minhas tentativas de me tornar um outro EU,e sou as falhas e os fracassos de não conseguir ser.Sou tudo aquilo que absorvo e observo do mundo,sou uma “Síntese de todo o planeta”.Na tentativa de ser quem eu sou,acabo vivendo quem sou eu...
EU sou eu e os outros.Reconheço-me em cada pessoa,amigo,personagens,um “Milk-shake de sentimento com cobertura de razão”.Sou barroco, mas um barroco concreto,um pos-modernista com pensamento de vanguarda,chanchada trepando com um intelectualismo.E é justamente nessa geléia geral onde eu me acho.Eu sou Brasileiro e brasileiro é tudo ao mesmo tempo(essa é a vantagem de ter sido colonizado por tantas nações).Sendo um pouco de tudo e muito do nada.
E foi assim que eu convenci a mim mesmo que nos dois somos um único EU.



Brenowski