segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O alienado

João e Maria, permitam-me
que eu me sente ao lado
trago boas novas

tenho nas mãos a entrada
para a frente única literária
um livro de academia

nenhum cidadão no mundo
tem ou terá maior disposição que eu
leio e decifro sombras borras

lupas meus olhos são lunetas
espaciais sou desde menino um menino
acostumado a enxergar estrelas

sei da minha condição de homem
mas por não fazer parte dessa
gente, preciso me valer de críticas

e milhos. prometo que não falarei
do jeito como vocês andam em bando
duvidando da própria sombra

ficarei quieto enquanto vocês
decidem o bem para a humanidade
os livros dos novos milênios

prometo que
serei sábio

cego, surdo
e mudo.