terça-feira, 16 de março de 2010

Nenhum de nós




Andando na rua.Nadando no mar de gente,não dando a mínima atenção decente.A reconheci de longe.Ela diz que não é ela: - Deve estar me confundindo com alguém.Com quem?ninguém fuma do jeito que você fuma,a fumaça já sai de tua boca com o aroma de tua saliva.Verde, esses olhos verdes não mentem,com cachecol no pescoço embrulhada para presente.Ela me diz descontente: - E você quem é? Eu paro,reflito e minto: - sou escritor de romances depravados.Mentira,apenas sobrevivi há alguns romances fracassados.Dois,íntimos de uma única noite,desconhecidos a luz do dia.Um,único desejo de ser o que não se é.Tampo a respiração,mergulho na multidão.Sem saber quem era.Talvez um dia,em uma outra noite perdida,nos reconheçamos pela solidão.





Brenowski