espírito meu que me pertence
existe alguém neste palco mais
distorcido do que eu? Neste momento
a bruxa maligna aparece solta, rindo da
minha cara refletida nas vidraças da quarta
parede. As minhas córneas em altas definições
presencio um súbito, o óbito da platéia em cena
numa crise de silêncio absoluto
uivos em ventanias, transformam-se em medos
ofuscantes. Não há como prever o futuro
com lentes de contatos ou óculos escuros
contra raios ultra-violetas
há sim,
alguma coisa estranha
entre as minhas letras e estas cadeiras
que acumulam poeiras
e mais poeiras
que me impedem de crescer
consumir pêndulos
espelho, espelho meu
existe alguém aqui
que esteja afim de
me entender?
Ópera de pássaros
Há 2 semanas