sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Grotowski

espírito meu que me pertence
existe alguém neste palco mais
distorcido do que eu? Neste momento
a bruxa maligna aparece solta, rindo da

minha cara refletida nas vidraças da quarta
parede. As minhas córneas em altas definições
presencio um súbito, o óbito da platéia em cena
numa crise de silêncio absoluto

uivos em ventanias, transformam-se em medos
ofuscantes. Não há como prever o futuro
com lentes de contatos ou óculos escuros
contra raios ultra-violetas
há sim,

alguma coisa estranha
entre as minhas letras e estas cadeiras
que acumulam poeiras

e mais poeiras
que me impedem de crescer
consumir pêndulos

espelho, espelho meu
existe alguém aqui
que esteja afim de
me entender?