terça-feira, 6 de setembro de 2011

Elemento Amor

Tudo o que é sólido pode derreter

(parte um)

Depois de tanto estudar, justamente no horário do almoço, Rodrigo decidiu comer uma fruta e ler um livro naquele parque ao lado da escola. O livro não era opção sua, precisava estudar para a prova de literatura. A fruta muito menos, tinha que comer rápido para poder chegar logo no pré-vestibular.

Passava por lá todos os dias, só naquele dia resolveu ficar dentro daquele ambiente florestal e fugir do convívio social.

Observou daquele ponto de vista como era grande o tronco metálico que se chamava “escola”. Se perguntou como conseguia passar mais de cinco horas dentro daquele Labirinto social. Fez de tudo para não conseguir estudar.

O mundo muda a cada ponto de vista e por isso chegamos exatamente no ponto exato da estória.

O “acaso”, às vezes, também gosta de parar para poder descansar. Dizem que Deus é uma viagem e por esse motivo ou pela a falta de um motivo maior, Débora resolveu parar lá também para descansar. Fazer hora no intervalo de tempo entre a escola e as aulas de inglês.

O parque é sempre a melhor opção para todos aqueles que precisam fugir do tempo. Não por questões exotéricas, mas por uma necessidade primitiva de reintegração com a natureza.

Por coincidência de tempo e acaso, comeram a mesma fruta do pecado que um dia separou o casal mais famoso da cultura POP depois de Angelina Jolie e Brad Pitt, Eva e Adão. Como (comeram) a maçã foi muito tempo discriminada, naquele momento ela resolveu se redimir e juntar um casal para a história.

Ela pode ser a fruta do pecado na bíblia mas também não deixa de ser a fruta do amor, maçã do amor. O veneno que entra na veia, corre por todo o sangue até chegar no coração, faz com que todas as bruxas malvadas das historinhas infantis se morderem de raiva.

Rodrigo tenta ler expressionismo alemão. E se alguma palavra pudesse expressar o momento exato em que ele olhou para os olhos azuis de Débora, essa palavra seria “NADA”. Não conseguiu pensar em nada. É justamente naquele momento em que se olha para algo de grande beleza e não se consegue pensar em nada. Enfeitiçado pelo o poder da maçã, das bruxas ou dos deuses nórdicos, desnorteado, e tantos outros adjetivos amorosos.

Ali, em meio aquele clima bucólico, ficou como uma árvore.

Débora ao perceber que estava sendo observada, se sentiu constrangida. Sabia que sua beleza despertava nos outros bruxarias, poderes mediúnicos e de medusas, todos os outros substantivos malvados. É algo bonito que causa um certo mal aos outros.

Rodrigo petrificado, era como as estátuas de anjos que ali permaneciam com água na boca.

Por conta da timidez, ela se sentia incomodada com tudo aquilo (não é toda flor que gosta de ser admirada. Narcisismo é algo facultativo entre as flores. Algumas delas preferem se misturar às outras flores ou até mesmo entre as plantas.)