segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

fui à bulgaria procurar por augusto guimaraens



quem nunca idolatrou nessa vida, ou em outras, que atire a primeira pedra no jogo da amarelinha.
os idealistas preferem a primeira casa.
do zodíaco?
vô, digo:
- o senhor ainda pensa que os idealistas fazem do inferno o seu lar, doce sin, tático, mar?
todo idealista idolatra o alterego.
altera algo.

sim, estamos na bulgária
não estamos, au au gusto?

“ Era dia 32 de outubro quando um homem chamado Walter Campos de Carvalho ressaltou que até a possibilidade de a Bulgária se encontrar soterrada em um vulcão que se esquecer de acontecer deveria ser levada em consideração. Tal como Marco Polo, Colombo ou Amundsen, Campos de Carvalho procuraria a Bulgária na face da Terra, no espaço das galáxias ou até mesmo nas profundezas de algum outro oceano qualquer. Sua solução poética-sideral seria a de comprovar a existência búlgara e circunavegar seu nebuloso planeta no dia em que fosse comprovada existencialmente a Bulgária como o nome de um lugar e não apenas como uma maneira de se expedir alguma coisa, como quem diz à francesa, à inglesa, à milanesa ou simplesmente á moda búlgara(...)

(...) me lembro como se fosse hoje, na Copa do Mundo de 1994, os misteriosos búlgaros comemoravam cada gol com grito primal lançado ao ar, a clamar por uma possível, mas ainda incomprovada, existência. Aliás, nessa auspiciosa e abstrata seleção, não só Stoichkov tinha atos imprevisíveis, como também o pirotécnico Letchkov, seguido por Balakov, ivanov e Penev. Com a camisa 8 – representando o número do infinito – Stoichkov era o responsável por comandar um time que tinha talento, embora empacasse por tantas e tantas vezes nos seus próprios traumas milenares. Portariam os búlgaros a sombra do mundo? Viria mesmo a Lua da Ásia? A Ásia da Lua? Seria a Bulgária, afinal, um país de espelhos? Um território a nos devassar, do outro lado, toda vez que falássemos dele ao ameaçássemos nele pensar? Como recompor este “nosso” desastre?”

obrigado, au au gusto. agora eu me sinto em casa.
mi casa quer casa.
quem casa su casa.
cá estou eu.
castor?
não, coelho.

você tem razão.
tem?
c(l)aro.
uma passagem a bulgária só custa o preço de uma ideia.
daqui é possível ver todo o resto do mundo.

(resta um...).

estamos todos aqui: rodri-go! de soul-za lion, paul-o le whisky e au au gusto.

(resta um...).

eles nunca vão aprender a falar búlgaro. búlgaro é linguagem contemporânea:

“(...) No entanto, aqui as aspas entram em estado festivo de decomposição. Acreditamos que para habitar é preciso ser nômade, isto é, continuamos apostando que a milionária contribuição dos encontros fortuitos precisa ser cada vez mais desfrutada, para que não haja manual de instrução sobre o poema e nem muito menos somente um modo de usá-lo. Se o “contemporâneo” é a nova palavra da moda (o fetiche da vez), nós já preferimos outros tipos de fantasmas, tão contemporâneos quanto esta assombração chamada de O Contemporâneo¹ O verdadeiro contemporâneo é sempre um tempo por vir, já diria o poeta(...)

¹ Mais do que ser seu sobrevivento, o que mais interessava a Campos de Carvalho era ser contemporâneo de si próprio, e não apenas meramente sobreviver; até o ponto em que poderia ser ele o primeiro astronauta realmente lunático a chegar finalmente na Lua e embaralhar sua geografia. A cada ano que passa, os mapas vão engravidando de mais alguns novos países.”

simbá, vambora!
simbora!
sambola
samba + bola

a bulgágira é o país do foot sol. minha paixão duêndica pelos the bos in green começou também por ca(u)sa de futebol. international super star soccer. in terra dos outros. in terra nos outros. eu já era oswaldiano desde cedo.

ainda temos um campos de carvalho enorme pela frente.

qual caminho seguir?
para quem não sabe para onde vai, qualquer cachimbo serve nas bocas alheias.
quem tem boca vai a roma. mas só quem tem cabeça consegue viajar à bulgária.
com corda pra tu, agosto.
fumava um março por dia e agora só fumo um ano inteiro. abril a cabeça.

é claro.
é escuro.
pouco importa.
se vamos procurar a bulgária, comecemos pelo púcaro.
em nossas cabeças primo-ativos, a imagem do vaso
(sã na tório?)
representa o símbolo central do genérico feminino
(digo, gênero).
naum é, new- man?

“O feminino tem por núcleo simbólico o vaso. Tem-se a equação simbólica

Mulher = Corpo = Vaso = Mundo

que é experimentada por toda a humanidade como o Feminino.
O  vaso, o interior do corpo, em termos arquetípicos, é o inconsciente.
As funções básicas do feminino são:
-         Nutrir, dar calor, proteger e amparar.
-         Dar a vida, parir.
O Feminino tem o caráter simbólico do “conter” e “do estar contido”, daí o Grande Círculo e do anel urobórico.
O Grande Feminino rege a vida vegetativa, por consequência, a terra e suas transformações apresentam os mistérios do Feminino.”

por isso começamos a conhecer a bulgária,
país esse que tem o nome feminino,
(ao contrario de países como brasil, estados unidos da américa e japão)
pela sua capital:
(favor não confundir com O CAPITAL)
SÓFIA – “ Mulher refletida nos globos oculares de seus moradores dançando em parepeitos;”

“Como as asas de um púcaro, as praças de Sófia são formadas por pequenos coágulos materializados em simetrias de acasos. Toda cidade em seu lacre implorando para ser violado. Proteica e sonâmbulo, em Sófia os prédios verdejam e suas montanhas desafiam o vento. Muitos são os arqueólogos que defendem ao menos a possibilidade de Sófia estar situada debaixo da terra sem saber, tão imersa como Pompeia, Ofir, Melusina, Palmira, Tartessos, Herculano, Lulan, o império dos Citas e dos Incas, a Esfinge, as pirâmides ou Brasília – cidade sem esquinas, este desenho que virou cidade (...)”

aqui com vocês todos, me sinto como os índios que esperavam tranquilos ser colonizados por qualquer ideia branca ou homem em preto & branco.
estar na bulgária é não ter corpo. é ser palavra sem boca.

“(...) Alguns analistas de plantão ousavam dizer que uma mente distraída estaria mais perto da Bulgária do que de qualquer outro país; m temperamento inquieto sempre estaria mais próximo das incertezas (...)”.

“(...) Como bem me confidenciou outro dia Nelson Rodrigues em uma mesa de bar bulgarosofando com sua gargalhada cósmica: “Há tempos, fui à rua Bariri, ver um jogo do Fluminense. E confesso: - sempre considerei Olaria tão longíquoa, remota, utópica como Costantinopla, Sófia, Istambul ou Vigário Geral. Já na avenida Brasil, começava a sentir uma nostalgia e um exílio só equiparáveis aos de Gonçalves Dias, de Casimiro de abreu e dos búlgaros. Conclusão: - recrudesceu em mim o ressentimento contra qualquer espécie de viagem.”

não me leve a mau, au au gusto. você não é poeta. você é antes um poeita! poeta é pouco para sua cabeça búlgara.
tá bom, tá bom, mas não se nietzsche!

"Sua essência consiste em dizer o contrário do que se pretende comunicar a outra pessoa,... , fazendo-lhe entender-se pelo tom devoz, por algum gesto simultâneo, ou ... por algumas pequenas indicaçõesestilísticas - que se quer dizer o contrário do que se diz .(Freud, 1905a).”

já dizia o mulato austríaco sigmundo freud.
o que me diz?
giz?
quem nunca cheirou giz achando que era coca-cola?
cacos estilhaçados na bulgária. os búlgaros são inventados a cada dia.

“a realidade é uma colagem”, teria dito and y war hol(e).
e você, au au gusto, me ensinou esta arte:

“destinos são deuses, sem cairmos nas pieguices.”

“estátuas tocadas pela febre da linguagem”.

“jamais os nomes estiveram mais carregados e repletos de si mesmos”.

“aqui se apagam todos os “eus”, e também se escurecem as luzes”.

“em termos concretos qualquer certidão de nascimento pode ser blefe”.

“somente os argumentos mais abstratos poderão conceber um novo planeta”.

entender a bulgária é para poucos
(e não para PORCOS).

por que levam o tudo a sério?
o nada é mais legal!

a poesia e a sófia gostam que lhe passem a mão na bunda. poesia não gosta de ser idolatrada, não gosta de mimos. ela gosta de sacanagem, saca?

(e quem não gosta de sacanagem?).

o papo tá bom.
o papa é pop.
mas eu sinto que está faltando alguém nessa conversa de mar.

se o coelho branco não tem muito tempo a perder,
o coelho negro perdeu tempo antes do tempo perde-lo.

pede a saideira que eu preciso ir a irlanda proCURRAR james joy-se.

a viagem vai ser loooooooooooooooooooooooooonga.

buuuuuuuuuurrrrrppppp!!