segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sementes musicais para um mundo cibernético





"Assim como precisa de água a semente, requer a canção o ouvinte." Mas sementes, quando excedem o seu nível de água, podem morrer afogadas. Já a canção, quero dizer as canções que floreiam este belíssimo trabalho do Leandro Jardim (não poderia ser à toa) e seu Companheiro Rafael Gryner, sobrevivem e crescem nas ceras dos ouvidos alheios.
Pequenas sementes-canções - "que pedem não mais do que 15 minutos de atenção. Porque querem ser ouvidas como o todo de uma obra. Uma obra que, não se preocupem, busca condizer com seu tempo. E com o escasso tempo do mundo" - plantadas no (sub)solo das terras de concreto e aço de um mundo para lá de cibernético, buscando raízes no violão da bossa, no suingue do samba, no arrasta pé do nordeste e numa batida eletrônica. Raízes e misturas que sempre renderam bons frutos ao nosso povo brasileiro.
Com a ajuda de outros maravilhosos músicos, cantores e cantoras, um moderno e apresentável projeto gráfico, e além dos ótimos arranjos do seu já mencionado companheiro Rafael Gryner, Leandro jardim, grande poeta, músico grande, consegue se comprimir a uma flor delicada que precisa de cuidados quando nos rega com as palavras da canção Não se avexe (a minha predileta): "menina, cê não se avexe/cê não se esquece/esse nego merece um pouco mais de atenção"

"Nesse sentido, o que fazemos agora não é pedir licença, mas sim abrir a porta"
Com toda a autoridade do mundo, elas se alojam em nosso peito. As pequenas canções. Sementes que, acreditem, germinam com poucos segundos de vida.


Baixem e confiram este belíssimo trabalho neste site: http://umquetenha.org/uqt/?p=11774