quinta-feira, 8 de novembro de 2012

arodarodarodarodarodarodarodarodarodarodaro...


de todos as figuras geométricas, a roda é a que mais me agrada.
enquanto o triangulo e o quadrado

(para não precisar pegar as outras figuras mais complexas)

possuem "cantos", fazendo assim com que os elementos inseridos dentro dele permaneçam separados, a roda não possui canto. seu encanto é justamente a sua forma única, onde todos permanecemjuntos dentro do mundo. no umbEGO do ovo.



os círculos foram umas das figuras que mais marcaram a vida dos nossos parentes primi-ativos.
o macaco descobriu que poderia fazer a vida rolar.
ou rolar com a vida.
e da vida veio a roda
roda-viva
vida-viva
viva a roda!
então criou-se a roda.

entendo galileu quando quis provar aos machistas de sua época que o mundo é redondo.

(eu, man-ino que soul,
sempre acreditei que o mundo é de fato redondo).

todas as brincadeiras em roda que eu praticava me traziam  uma segurança por estar dentro daquele mundo em círculo.

(principalmente em meu primeiro baseado em fatos reais).

afinal,
aquela imagem do primeiro circulo em que vivemos durante nove meses ainda permanece cravada em nossas memórias. seja inconsciente ou não.

a cia do "body", que está em cartaz com o espetáculo chamado " a roda", me proporcionou no dia de ontem, momentos reflexivos sobre universo redondo, essa roda-gigante que se chama mundo.
com direção do ator autor & artaud - sidney guedes- e com os atores umile ro-man-o e adriana dehoul, a peça fala do carinho que todos nós temos pela roda. pela vida. pela roda-viva.
nessa comédia "sinsense"

(acho que a palavra "nonsense" não combina com a proposta dessa comédia que nos ajuda a enxergar o óbvio que até então parecia ilógico).

os discursos "redondos", onde os atores falam, desfalam e voltam a falar dos mesmos assuntos, enaltecem a ideia nietzschiana do eterno retorno.
no ambiente "oriental" da simbologia do círculo

(do yin e o yang),

o casal vestidos:
ele com a cor vermelha (cor do sangue, "que sangra"...),
ela com a cor azul (intelectualidade, das repostas);

(a cor é um assunto que eu pretendo retomar em um outro dia, quem sabe...)

refletem sobre a vida, ou seja, a roda.
misturando-se entre eles (yin e yang) a tal ponto de não sabermos identificar o gênero de cada personagem

(heranças de leopold bloom,
o homem-feminino de james joyce).

e misturando-se eles com a platéia de forma sú~.

(aproveito o momento para parabenizar os atores umile romano & adriana dehoul que juntos fazem a peça
ficar com o gostinho suave. facilitando assim a degustação da peça, sem que o público precise forçar a mordida para quebrar as partes mais duras da encenação).

no final do espercírculo,
ficamos com a sensação de que permanecemos todos dentro de uma mesma barriga.

aproveitem que a peça "a roda" está em cartaz no teatro Max Nunes - América Futball Club - todas as quarta-feiras às 20hs, para conferi-la.

indico à todos que após a refeição da peça, sentem numa mesa de bar

(o templo de atenas moderno)

para refletir, saboreando uma boa sardinha, acompanhada de uma boa cerveja, que é  "a alma da sardinha".

de fato veremos que todos nós estamos nessa ciranda de maluco.
seja você homem grávido ou mulher que sangra.