uma vez eu assisti a um documentário concebido pela BBC
(uma letra a mais e
você não se confunde com um outro programa, o BBB).
chamado, se não me falha a memória, “o corpo humano – o poder
do cérebro”; onde cientistas tentam decifrar a mente humana.
men tira.
os homens nunca entenderão o cérebro. o cérebro nunca
entenderá o homem. ninguém se entende, entende?
em uma parte do documentário, eles nos informam que os
olhos são de fato “a janela da alma”. arregalei os olhos, é claro. os educandos
entenderam também o motivo.
(descobri que eu
aprendo mais dando aula do que recebendo aula).
podemos dizer que os olhos são um prolongamento de nosso
cérebro. as imagens que enxergamos é rapidamente capturada pelo nosso cerebelo,
ou pequeno cérebro.
(“O cerebelo
influencia no equilíbrio, propriocepção q precisamos para realizar a marcha,
coordenação dos movimentos,cálculo das forças da marcha (largura do passo,
distancia, altura), aprendizado motor (regula o movimento e os torna
automáticos).
(...)É o comparador e o corretor de erros. Cada vez q realizo um determinado movimento, se este não for satisfatório, o cerebelo compara os erros e refaz o movimento, para q ele possa ser melhor realizado da próxima vez.”).
(...)É o comparador e o corretor de erros. Cada vez q realizo um determinado movimento, se este não for satisfatório, o cerebelo compara os erros e refaz o movimento, para q ele possa ser melhor realizado da próxima vez.”).
sendo assim, fico me perguntando com os meus olhos:
- a cor dos nossos olhos revelam nossas almas?
(cientista nenhum
conseguiu descobrir, entende?...)
os meus olhos, por exemplo, tem se habituado a mudarem de
cor.
eles mudam de cor, ou eles apenas refletem as dores do
mundo?
(digo, cores).
hoje eu acordei com eles em tom de cinza, como o tempo, e
não como o livro.
passei o dia com cara de dia nublado.
aproveitei a segunda-feira mórbida para assistir à uma
peça de teatro onde um amEGO está atuando – o giancarlo di tommaso.
apesar da segunda-feira chuvosa; apesar de não ter
nenhuma lanchonete perto do teatro para os famintos que saem direto do trabalho;
apesar da bilheteira não ter chegado na hora; apesar dela não ter troco; apesar
do bar estar fechado; eu não deixei com que os meus olhos escurecessem.
(acho até que todo
esse clima já estava fazendo parte da peça, já que ela começa assim, num piscar
de olhos).
“meus olhos são da cor que você quiser”
, texto de vitor barbaris, é recheado de palavras que vão ganhando cores,
literalmente, durante todo o espetáculo.
dois atores
(o duplo: um homem & uma mulher)
(o duplo: um homem & uma mulher)
são o suficiente.
giancarlo di tommaso
&
(você pode conferir
seu trabalho como ator no filme que está em cartaz “ gonzaga – de pai para filho”).
déborah kalume
(que trabalhou nas
novelas “negócios da china” & “malhação”; e nos filmes “o homem que desafiou o diabo” & “nossa senhora de caravaggio”)
são dois bons atores, diga-se de passagem, que não deixam
a peça descolorir.
ela tem os olhos verdes – cor essa preferida daqueles que
são teimosos
e querem
impressionar, de acordo com as pesquisas feitas por um dos maiores
pesquisadores mundiais sobre cores
(dizem),
o psicólogo suíço max
lüsher.
ele tem os olhos pretos – cor essa que assim como o cinza e o
marrom, é indicador, geralmente, de uma
atitude negativa perante a vida.
(de acordo com os
meus estudos do mesmo pesquisador).
o casal passa toda a peça num sótão.
ele, com a sua negatividade negra, aprisiona ela, dona
dos olhos verdes, na teimosia de tentar impressiona-la.
daniel pereira
(diretor) e alejandra tarin (cenógrafa),
criam o ambiente perfeitamente sujo, com
cores marrons e pouquíssima luminosidade.
neste cenário de big brother sartriano, claudia & kinhu, são obrigados a
conviverem juntos
(ela mais do que
ele)
enquanto claudia tenta recuperar a sua memória; ora no
escuro, ora com a ajuda das palavras que acendem nas paredes.
e antes que eu comece a tentar colorir & entender toda
a peça, eu posso garanti-los que no final do espetáculo sai com os olhos
brilhando.
o teatro é a metalinguagem da vida.
teatro é relação.
todos nós somos personagens usando máscaras. estamos o
tempo todo tentando entender o que o outro personagem irá fazer na cena
seguinte.
por isso, quando você resolver olhar nos olhos de uma
outra persona, veja se você não está pintando-a com cores erradas.
(se é que dores
erram.
digo, cores).
"meus olhos são da cor que você quiser" está em cartaz no solar de botafogo
(localizado na rua general polidoro, n°180)
às segundas & terças, às 20hs. no valor de R$30,00 (inteira) & R$15,00 (meia).
o espetáculo estará em cartaz até o dia 18/12.
o espetáculo estará em cartaz até o dia 18/12.
vá ao te at(r)o!