terça-feira, 19 de julho de 2011

filho nosso!

Vegetal

Eu queria torcer o pescoço
Da minha felicidade
Ela já se rendeu faz tempo
Mas ainda falta aquele golpe final

Não (quero) preciso dela ...
O que eu quero
É ser um vegetal

Hoje, ser um vegetal
É o que necessito
Um vegetal viceral
Com tripas, buxo

Desses vegetais com pernas
Que se alimentam da seiva de qualquer um por ai
Um vampiro social
Um jardim social

Nature is a hore
Ouvir Nirvana é plantar as raizes em um terreno húmido
É fechar a porta do quarto
Me trancar na estufa de um mundo separado dos demais

Eu quero ser este vegetal
Que não cresce, não reproduz e não envelhece
Eu quero ser esse vegetal
Que só morre

Sozinho



Vida


a vida
caquinho de vidro
que se
d
e
s
p
e
d
a
ç
a

num simples ato
num raio de sol
num estalar de dedos

cristal frá
gil

que se quebra a pontinha
no mínimo sinal de contato com o mundo

vida
que não vale um centavo

vida
metal bruto
metal insignificante
o ouro de tolo

vida
sem graça
que pra mim não vale nada

Vida
Tomara que um dia
Eu consiga um centavo por ela
Para eu jogar e me jogar
Da janela
Pra voce



É com uma imensa alegria que publico aqui dois poemas do nosso melhor amiguinho Robetão Costa, vulgo Robertinho camarada, De Jota da festa Baratu totalis, amigo, irmão, companheiro de militância desde a época do turbilhão, que aos poucos vem se lançando, sem o menor pudor, aos ventos elísios da poesia. Aprendeu a brincar com poemas, tirando onda, como quem se joga da janela do quarto, do alto do 2º andar, mirando acertar uma piscina olímpica (Com saltos ornamentais!). Agora não quer saber de outra vida.

A poesia é pra poucos. A vida é pra quem se arrisca. Por isso, ser um vegetal é mais vantajoso.
Robetão, a alegria do final de semana! O orgulho dos pais!