segunda-feira, 22 de agosto de 2011

* Foi uma curiosidade de idade. Cú rios idade. Ela sentiu o seu ânus queimar ao ler as primeiras páginas (ao contrario) do livro de Rafael Sperling. Foi a primeira vez que traiu Ele. Foi a primeira vez em que leu outro livro que não fosse dele. Foi a primeira vez que aprendeu a ler. Foi a primeira vez que descobriu a literatura. E foi a primeira vez que desaprendeu os ensinamentos da escola. Ex cola. Algo dentro dela necessitava sair. Talvez uma sombra. Tal vez,vez e tal. Sentiu que necessitava cagar.

. Com um ponto final, Ele encerrou a história. Serrou a história deles dois com um ponto vermelho bem no meio do seu coração.

Foi antes de cerrar os olhos e depois de abri-los para as coisas imaginárias da cabeça. Depois de ter ligado o som (leia todo este trecho ouvindo a música “Amendoim” do grupo Macaco Bong.) Desligou-se do mundo.

Não escutou mais a sua consciência que insistia em conversar em another language. Teve dificuldades em percebe a realidade e ao mesmo tempo, ler as legendas traduzidas. Eram linguagens simbólicas. Sim, boli-boli kkkk. Nada mais fez sentido. Sim, agora tudo faz sentido. A platéia no programa de auditório ria de sua cara.

- Eu realmente não entendo toda essa risada. É como se estivéssemos escutando aqueles risos programados em programas de sitcom.

Ela não entendeu o que ele disse. Só Ele não ria. Ela Rio. Ele São Paulo.

Sua cabeça já estava repleta de coisas nada simplórias. Impróprias para menores de 100 anos de solução. Desconfiando do silêncio que disfarçava todas as palavras dela.

Caçou-as uma por uma até achar uma pista.

A E H U Z U E A

B T L R U T L I C

X E M A N T C E

Y K U E K H J Q

D G M F A Z X P Y

Sentada no vaso, ela quebrava a cabeça jogando caça-palavras. Sentiu as pontadas na barriga e a pontinha fazendo efeito na cabeça. Primeiro achou que poderia ser diarréia. Depois do primeiro achou que poderia ser esperma, depois do segundo do primeiro achou que era a hora de parir. Partir. Não naquele momento. Antes ela tinha que parir aquele filho que não era seu e muito menos dele.

Olhou para o feto boiando nas águas do vaso sanatório. Pelas as bordas do pró-feto. Pelas as barbas do superman, o fato é que aquele filho só poderia ser de uma pessoa, talvez duas, mas não mais que três: Sperling*.

Estava ali aquela vontade de experimentar novas literaturas. Ex per i mental. Cansada das mesmas frases, tendências e idéias literárias, per dia todas as noites sonhando com uma nova literatura que pudesse lhe dar aquele antigo prazer intelectual. Algo que começasse com um título sem sentido. Sem sentir dó & ao mesmo tempo impactante. Em PAC Dante.

(para Rafael Sperling)

Li, ter atura