quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Os incompreendidos
Truffaut
em 1959 estava
certo
nos anos
zero zero
os incompreendidos
continuam a ser um
filme em
preto & branco
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
seja legal com eles
Trate-os sempre bem! Para que eles nunca voltem putos da vida."
- Disse o homem diante de si em frente ao espelho do Box.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
regressão
que os causos já estavam
desconcentráveis
aos poucos, fui percebendo
que as caligrafias repetiam
as mesmas sílabas
tinha muito medo de não
conseguir mais escrever
outro argumento carta de
intimação ao réu primário
de voltar a quarta-série
com aquele velho poeminha
de amor e
muita infantil
idade.
Seu nome
se eu tivesse um barco ele teria o seu nome
se eu comprasse uma égua daria a ela o seu nome
minha cadela imaginária tem o seu nome
se eu enlouquecer passarei as tardes repetindo o seu nome
se eu morrer velhinho, no suspiro final balbuciarei o seu nome
se eu for assassinado com a boca cheia de sangue gritarei o seu nome
se encontrarem meu corpo boiando no mar no meu bolso haverá um bilhete com o seu nome
se eu me suicidar ao puxar o gatilho pensarei no seu nome
a primeira garota que beijei tinha o seu nome
na sétima série eu tinha duas amigas com o seu nome
antes de você tive três namoradas com o seu nome
na rua há mulheres que parecem ter o seu nome
na locadora que frequento tem uma moça com o seu nome
às vezes as nuvens quase formam o seu nome
olhando as estrelas é sempre possível desenhar o seu nome
o último verso do famoso poema de Éluard poderia muito bem ser o seu nome
Apollinaire escreveu poemas a Lou porque na loucura da guerra não conseguia lembrar o seu nome
não entendo por que Chico Buarque não compôs uma música para o seu nome
se eu fosse um travesti usaria o seu nome
se um dia eu mudar de sexo adotarei o seu nome
minha mãe me contou que se eu tivesse nascido menina teria o seu nome
se eu tiver uma filha ela terá o seu nome
minha senha do e-mail já foi o seu nome
minha senha do banco é uma variação do seu nome
tenho pena dos seus filhos porque em geral dizem “mãe” em vez do seu nome
tenho pena dos seus pais porque em geral dizem “filha” em vez do seu nome
tenho muita pena dos seus ex-maridos porque associam o termo ex-mulher ao seu nome
tenho inveja do oficial de registro que datilografou pela primeira vez o seu nome
quando fico bêbado falo muito o seu nome
quando estou sóbrio me controlo para não falar demais o seu nome
é difícil falar de você sem mencionar o seu nome
uma vez sonhei que tudo no mundo tinha o seu nome
coelho tinha o seu nome
xícara tinha o seu nome
teleférico tinha o seu nome
no índice onomástico da minha biografia haverá milhares de ocorrências do seu nome
na foto de Korda para onde olha o Che senão para o infinito do seu nome?
algumas professoras da USP seriam menos amargas se tivessem o seu nome
detesto trabalho porque me impede de me concentrar no seu nome
cabala é uma palavra linda, mas não chega aos pés do seu nome
no cabo da minha bengala gravarei o seu nome
não posso ser niilista enquanto existir o seu nome
não posso ser anarquista se isso implicar a degradação do seu nome
não posso ser comunista se tiver que compartilhar o seu nome
não posso ser fascista se não quero impor a outros o seu nome
não posso ser capitalista se não desejo nada além do seu nome
quando saí da casa dos meus pais fui atrás do seu nome
morei três anos num bairro que tinha o seu nome
espero nunca deixar de te amar para não esquecer o seu nome
espero que você nunca me deixe para eu não ser obrigado a esquecer o seu nome
espero nunca te odiar para não ter que odiar o seu nome
espero que você nunca me odeie para eu não ficar arrasado ao ouvir o seu nome
a literatura não me interessa tanto quanto o seu nome
quando a poesia é boa é como o seu nome
quando a poesia é ruim tem algo do seu nome
estou cansado da vida, mas isso não tem nada a ver com o seu nome
estou escrevendo o quinquagésimo oitavo verso sobre o seu nome
talvez eu não seja um poeta a altura do seu nome
por via das dúvidas vou acabar o poema sem dizer explicitamente o seu nome ”
Fabrício Corsaletti
Livro "Esquimó" lançado pela a companhia das letras.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Saudade
Algum dia
http://www.youtube.com/watch?v=dPcX-5Tmqt8
"Someday when my lifew has passed me by
Algum dia quando minha vida estiver sem sentido
I'll lay around and wonder why you were always there for me
Eu me deitarei e peansarei por que você esteve sempre ao meu lado
One way, in the eyes of a passer-by
Um caminho, nos olhos de uma pessoa que passa
I'll look around for another try and fade away
Procurarei outra tentativa e desaparecerei
Just close your eyes and i'll take you there
Apenas feche os olhos e eu levarei você lá
This place is warm, without a care
Este lugar é aconchegante e sem nenhuma preocupação
We'll take a swim in the deep blue sea
Nós tomaremos um banho no profundo mar azul
I go to leave and you reach for me
Eu vou partir e você me alcança
Some day better things will come our way
Um dia coisas melhores virão até nós
No matter what they try so say,
Não importa o que tentem dizer,
you were always there for me
você sempre esteve ao meu lado
Some way, when sun begins to shine
De alguma forma, quando o sol começa a brilhar
I hear a song from another time and fade away
Eu escuto uma canção de outros tempos e desapareço
And fade away
E desapareço
Oh, come on
Ah, vamos
Someone said you tried too long
Alguém disse que você tentou por tempo demais
(you will pass me by)
(você vai me ignorar)
Someone said we got it all wrong
Alguém disse que nós nos enganamos completamente
(all wrong)
(completo engano)
Someone said we tried too long
Alguém disse que nós tentamos por tempo demais
(you will pass me by)
(você vai me ignorar)
Every place where I belong
Todos os lugares onde eu me sinto bem
So far, so long, far away
Tão longe, ha tanto tempo, muito distante
So far, so wrong, so far away, away, away
Tão longe, tão errado, há tanto tempo, muito, muito distante"
Minha Juventude ! Por onde andarás agora ?!
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Jack is Kerouac
(Alice Pink Pank e Julio Barroso)
"Ontem à noite eu sonhei que eu era Jack Kerouac
Eu subi no terraço, Rua Houston, e vi as duas torres gêmeas brilhando
O cabelo louro da menina, as tranças negras do crioulo
A sua guitarra, a sua angústia calma
Eu desci, peguei a minha lata de spray e saí pela rua
Pintei dois olhos verdes nas paredes ..."
Ontem a noite eu sonhei
que éramos três
Julio, Jack e a menina dos olhos verdes
Pintando no banheiro
a anunciação
cuide mais de si
Encontro de um brasileiro com seu ídolo na madrugada
voce pode até achar
que sou apenas um bebado,
filho da puta.
Mas sou um bebado,
filho da puta e
BRASILEIRO !
E como todo brasileiro
bom ou ruim
Não desisto nunca !
E o prazer é sempre libertário !
Mesmo quando se esta amarrado,
na cama, sendo chicoteado
por uma dominatrix !
E esse exemplo
descreve muito bem um brasileiro !
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Não Presto
os objetos ou pessoas que prestam
para alguma coisa ou para algum lugar
estão onde deveriam estar.
Aqueles que não prestam
Não prestam em nada
E tem liberdade para estar em qualquer lugar.
Alice Maluca (Direto do Hospício das Maravilhas)
Sabe o que é mais louco ?!
Eu gostei...
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
asas
as melhores canções que
os arautos já conheceram
toneladas de palavras
novas leves alucinantes
sopros de tuba
de arrepiar na barriga
os pelinhos das pernas
pois ela merece
muito mais que um
simples cuidado de pássaro
tavesseiro de penas
que seu nome viva
mil anos e se confunda
com eternidade.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O alienado
que eu me sente ao lado
trago boas novas
tenho nas mãos a entrada
para a frente única literária
um livro de academia
nenhum cidadão no mundo
tem ou terá maior disposição que eu
leio e decifro sombras borras
lupas meus olhos são lunetas
espaciais sou desde menino um menino
acostumado a enxergar estrelas
sei da minha condição de homem
mas por não fazer parte dessa
gente, preciso me valer de críticas
e milhos. prometo que não falarei
do jeito como vocês andam em bando
duvidando da própria sombra
ficarei quieto enquanto vocês
decidem o bem para a humanidade
os livros dos novos milênios
prometo que
serei sábio
cego, surdo
e mudo.
domingo, 28 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
meu lar...
meu lar é onde meu coração mandar
qualquer lugar onde o suspiro for mais
onde o beijo é cinematografico
os amores são impossivelmente possiveis
Onde todos os finais são felizes
tudo esta bem quando tudo esta
do jeito que deveria estar
minha mente é facilmente encantada
por qualquer boa história contada
assistida, lida
sempre na esperança de ser vivida
jornada solitaria...
mas tenho tudo para ser feliz
tenho amigos e tenho meu lar
que é onde meu coração mandar...
mesmo que a mente muitas vezes
não entenda
mas essa é facilmente enganada...
o corpo e a hora derradeira
ganhou um pé da sorte
o corpo tombado pela
hora a pele deixada
na estica
levou um beijo da
morte.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
amor de pai
da época que não precisávamos
nos preocupar
boca aberta de sono
um choroso aperto de olhos
dormir no sofá era mais seguro
que dormir com os monstros
debaixo da cama - O susto ao
acordar e descobrir que os
monstros têm o rosto da gente
vamos, acorde está na hora de
você levantar e ir para a escola
e tudo que nos bastava era
um pouco de cócegas no beijo
que vinha com os fiapos de seu bigode.
*para ler ouvindo_ Novos Baianos - Acabou Chorare
terça-feira, 9 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Turbilhão poético - dia 11/11!
Quinta agora irá acontecer o 2º encontro do turbilhão poético cultural carioca no sarau da Casa Rosa! Convido a todos que estejam dispostos a relaxarem e a exercitarem o sentimento poético que há dentro de nós para esse tratamento coletivo.
Vamos, será de graça! Você só não pode é ficar aí parado!
Movimente-se...
sábado, 6 de novembro de 2010
à margem
alguém assobiando notas em uma escaleta
um samba de Orly em coros
passarinhos no céu a piar
por uma minhoca, bicos secos
de sofridão, encontro de beijos
estalos no ar. éramos você e eu
acertando o passo e dizendo
que tudo é novidade
caminhando e cantando
a canção que só os apaixonados
escutam.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
DOMINGO...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
aos dezessete
você já deveria saber
que é sempre inútil resistir
quando se tem um pai e uma mãe
para dar conta do recado
à força da sua geração
que eu nem sonhava rabiscar
canções brasileiras da última
década nas paredes da minha casa
poemas marginais à caneta hidrográfica
minha coisenha
minha linduxa
que quando aperta
o seu corpo contra o meu
a bochecha cresce balão de
festa criança dá vontade
de morder maçã do amor
e de chamar de pelúcia
que eu troquei
meu sono por
estrelas.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Calça Jeans
Mas é ela quem dita minhas regras !
Se acordei com ela é porque a noite foi boa
Tão boa que não tive tempo para troca-la
pelo meu shortinho de dormir...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Solidão
da janela do meu quarto
um rato preso no quintal
aos fundos do prédio. ele
corre, entra e sai de buracos
sobe e desce escadas escala
e quase encontra uma saída
encontra um muro à sua frente
bem alto, com alguns cacos de
vidros presos no topo. é isso
mesmo Sr. rato, todos os dias
quase sempre, nos deparamos
com muros altos à nossa frente
e é sempre um sacrifício pulá-los
sempre
sábado, 16 de outubro de 2010
Que Maravilha!
É, foi por quase...
domingo, 10 de outubro de 2010
Bicho de estimação
arranhando a porta
esfregando o corpo
por entre as suas pernas
pedindo colo
um animalzinho
que sai e volta
a hora que quer
esperar que ela nos
atenda sempre
é miar
domingo, 3 de outubro de 2010
Vitamina C
aquela mesma doçura
do desconhecido
em cascas
de laranjas
secas
novidades que não encham
a barriga muito mais do que
o peito
a saudade apertar
e um "oi" amadurecido cair
do pé de amores vermelhos
sábado, 25 de setembro de 2010
Brinquedo
Não me dispa logo
Não me morda os lóbulos
Não me amasse os seios
Não me afunde os dedos
Não me coma às pressas
Que eu não sou brinquedo
Me toque
Me dispa
Me morda
Me amasse
Me afunde
Me coma
Bricando comigo
Lia Beltrão
(poema retirado do site www.escritorassuicidas.com.br_edição 36/agosto de 2009)
sábado, 11 de setembro de 2010
Contas/Cotas
continue a mesma de sempre
depois de tantos números
errados e quebras de contratos
somos nós dois no perfil
meu coração mordido
marcas de dentes no seu
pescoço, enrolado nos caracóis
de um anjo negro
de tanto fuxicar, descobri
o que você mais temia meu amor
se existe um céu reservado
para os anjos, será que existe um
também só para os cães
interrogação
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Papo de surdo e mudo
olhos
logos
monologo
cerebral
expressão facial
estampada
- apaixonado
Um sorriso singelo
Amarelo
Sincero
Não é garantia
De nada
Está na cara
Escrito em braile
- me toque
Seus olhos estão
Surdos não
Querem ouvir o
Que o meu corpo
Tem pra dizer
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Além de Allen
jogo da morte
jogo o amor no lixo
o que fazemos quando
somos o bicho
no jogo do destino?
algumas pessoas nascem
- com a sorte
outras pessoas tem sorte
- de não nascerem
somos bonecos nesta brincadeira
de um Deus mimado
em um campo minado
pisar em mais uma paixão
pode ser perigoso
por isso quando sentires desejo
e falta de respiração
- relaxe
- reze
para que seja
apenas um
treco
tic-tac
ataque do coração.
Breno Coelho
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Dicionário
aconchegante
leve (des)medido
de valores, sonhos
adormecidos
meu berço é
dos grandes
e bem macio
que cabe todos os
meus amores
juntos.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Minha Lapa na flor da idade
Sinto falta dessa minha lapa na flor da idade
onde tudo era novidade
tudo era vaidade
minha lapa na flor da idade
Broto mais lindo não havia na cidade.
histórias e mais história tiveram
encontros e desencontros houveram
"tome cuidado com essa" já disseram
mas eu estava amando e é sério
minha lapa querida
a mais linda da minha vida
estar com voce era só felicidade
com certeza deixou muita saudade
minha lapa na flor da idade
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Tourada
Acredito em muitas coisas.Coisas irrelevantes.Acredito na loucura de Dom Quixote e no Miguel de Cervantes;acredito na agricultura celeste e no niilismo religioso.Só não consigo mais acreditar na astrologia.Desacreditei da mesma maneira em que nós desacreditamos da política.
Não acredito mais nos astros.Astros para mim só de rock ou do cinema.
Aprofundar-se na astrologia é a mesma coisa que se aprofundar na filosofia de Hegel,na metafísica de Kant ou na física quântica;quando você acha que está começando a compreender alguma coisa é quando na verdade,você não entendeu nada daquilo.É só impressão.Expressão: - " pseudo-intelectual".É para impressionar aos outros.
Eu estudei astrologia.Se ela fosse matéria escolar eu só tiraria dez.Agora não.Desgostei.Assim como se desgosta de brincar de bonecos.
A ciência já lavou as mãos,igual Pilates,que eu não sei o signo mas sei que não era cientista.Ciência e astrologia são como água e óleo.Água e fogo.opostos nada complementares.
O grande problema dela é que nós nunca somos um único signo.Somos praticamente o zodíaco inteiro.E ai?!e dai que o povo fica assim,com cara de canceriana mal-amada.
Sol em àries,lua em leão,ascendente em gêmeos,mercúrio em peixes...cada pedaço nosso faz parte de uma casa do zodíaco.São arquétipos da nossa personalidade.
Peraí,então isso não é astrologia,é psicologia.Jung explica? - "Deixa quieto..isso é assunto para um outro dia ".
E quem explica o fato de eu,que sou áries,ariano torto,forte,fogo.Apaixonar-me por alguém do signo de Touro?
Touro é do elemento Terra.Pesado.Firme.Decidido.Terra abafa o fogo.Abafem o caso.
Nem freud explica.Minha mãe é do signo de àries,minha vó sagitário,nem minha tia ou minhas primas.Como esse touro veio pastar no meu pasto?
Eu procuro algum esclarecimento.Os astros batem cabeça.Batem os pés.Batem palmas disfarçando as suas insignificâncias.
Gêmeos me enrola,como sempre enrolou: - "deve ser por causa dos planetas..."
Claro!as mulheres são de Vênus e os homens são de Marte.O planeta regente de àries.Paixão pairando nos ares,Love is in the air.
Ao contrário de touro que é amor.
Eu me agarro nessas desculpas.Agarro-me nas palavras.Principalmente na palavra Vênus.Alguma parte de mim tem que se encaixar na dela.Eu tenho certeza que uma em específico se encaixa perfeitamente em uma parte dela (Mas isso também é assunto para um outro dia).Cola o teu ascendente no meu pra vê se cola.
A astrologia tem que esta errada.Meu parceiro ideal é touro.Eu tenho certeza!não sou tão cabeça dura assim. Tenho o coração mole.
Já passaram alguns dias que eu não a vejo.Abro o jornal e nenhuma notícia dela.Procuro no horócopo.Classificados.Fico calado.Fico nervoso.Abstinência.Agoniado.
Sou apenas um toureiro amador.Acabei de ser jogado na arena.A platéia fica eufórica com a minha chegada.Ouço pessoas gritando: - " e ai,vai pegar ou não vai?";algumas outas pessoas são mais realistas e comentam: - "sai dai!você não vai conseguir domar esse touro!saia antes que você se machuque de tanto dar com a cabeça na parede"
Permaneço assustado dentro da arena.Não tenho pra onde fugir.Não tenho mais como fingir.Na hora rio.Risada mecânica.
E o touro vem em minha direção.Calmo.Lento.E com toda a sua delicadeza venusiana me diz ao pé do ouvido: - "Espere...."
"Taurinos podem ensinar aos arianos a serem mais pacientes com as coisas da vida..."
Paciência.Agora eu preciso esperar o próximo capítulo.Quem viver verá.
É só isso que a astrologia tem para me falar.
Brenowski
domingo, 15 de agosto de 2010
Uhuuuuuul....
www.jornalplasticobolha.blogspot.com
o nome dele é Glória.
Viva.
sábado, 14 de agosto de 2010
a menina da etiqueta (boas maneiras)
o susto ao se deparar
com tamanha disposição
à sua pequena idade
socialmente falando,
é fruto de uma astrologia
tendenciosa, de elegância
que coloca os mais velhos
no bolso e os mais novos
no chinelo.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Papo de surdo e mudo
logos
expressão facial
estampada
apaixonado
está na cara
escrito em braile
- me toque
dialogo com os olhos
um sorriso singelo
amarelo sincero
não é garantia
de dia de nada
seus olhos estão surdos
não querem ouvir o que
o meu corpo tem
pra dizer.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Para ela ...
dedico a você
um (pro)nome
próprio
um honra ao merito
por ser sempre
aquela
bóias no lugar
de saúde
para não se afogar
no barato da vida
dedico a você
cada minuto perdido
um dia a mais
de verão
Feliz aniversário
quero me desculpar pelas
horas, o meu juízo que quase
não se vê em casa. preciso
saber se ainda estou vivo
é que a minha voz anda tão
arrastada sem a trilha sonora
dos seus discos arranhados.
perdi a estação que você ouvia
no ônibus, nas nossas brigas e nos
chupões na orelha. e o seu cabelo
respondia: não queira me deixar
em paz
estou mais perdido que as chaves
de casa no bolso de uma calça
velha
quero que a sua voz invada
meu sono ouvido rádio papel
quarto mundo e que essa ligação
surpresa de festa esteja
sujeita a cobrança após
o final.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Todo azul do mar
sábado, 24 de julho de 2010
Dia do amigo
Lucas não estava contente com esse dia, e não suportava quando alguém do seu trabalho vinha lhe desejar um "feliz dia do amigo" com a mão estendida, insinuando um aperto de mão. um sinal de acordo e de paz como faziam os grandes líderes políticos. e ele era obrigado a retribuir o gesto. mas já no final do expediente, recebera uma msg misteriosa pelo rádio com os seguintes dizeres: "amadoro". o que era aquilo? amadoro? amador? ficou algum tempo olhando para o seu rádio aberto. não conseguia identificar o número do mensageiro, pois seu rádio não era habilitado para isto. pensou ser obra de seus colegas sacanas do trabalho. mas aí recebera outra msg logo em seguida. e a sacanagem tinha um começo: "A amizade não tem preço. Mas você vale ouro. Feliz dia do amigo! te..."
Lucas praticamente se perdeu nessas palavras. não respondia mais a nenhum estimulo que viesse de fora, da sua chefe, de seus colegas, dos e-mails... levou um tempão para voltar à realidade. e quando voltou, resolveu ir atrás do autor dessa msg.
primeiramente, recorreu ao seu tio, um velho calmo e sábio, porém esquecido. que diariamente lhe mandava mensagens, mas esquecia que o sobrinho não poderia respondê-las por não identificá-las. antes, de forma amigável, Lucas daria-lhe um esporro regular, pela insistência em mandar as msgs. "era perda de tempo" - diria. e depois, agradeceria pelas palavras. mas seu tio não respondeu por isto. não por esta. e Lucas sentiu-se obrigado a ligar para os mais próximos.
ligou para as suas amigas, para a sua mãe, para os irmãos..., na intenção de capturar o autor, perguntava a todos com um enorme ar de alegria e de convicção: "você me mandou uma msg pelo dia do amigo né? pode confessar! eu adorei!". mas nenhum deles se acusava. e mesmo desapontado, Lucas desejou um feliz dia do amigo a todos, da mesma forma.
ao término do expediente, Lucas já estava chegando à conclusão de que havia participado de um grande equívoco. acabara de receber uma msg errada. mas, e daí?! aquilo já havia alterado completamente seu dia. Lucas já havia telefonado para Deus e o mundo. até para o dono de um "apertamento" bem arrumado, no bairro Peixoto, em copa, do qual ele havia acabado de conhecer e alugar. "A amizade não tem preço", "você vale ouro", "amadoro". essas palavras o atingiram tanto, que ele já se sentia um rei, em meio às pilhas de trabalhos acumulados. e não preocupava nem um pouco por isso. Satisfeito, voltou para a sua casa sentindo o verdadeiro peso de uma amizade, dos pequenos gestos amigáveis e das palavras ditas nas horas certas. retirou da mochila um bloco de papel em branco e uma caneta, e começou a escrever um lindo poema no parapeito da janela. iniciou o poema com a seguinte frase: " Não importa o quanto você não se importe. Algumas pessoas, simplesmente se importam". e Lucas, simplesmente, amadorou tudo isso. até o fim.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
O Homem que nunca fez
Ele ainda era um rapaz quando recebeu a proposta de servir as forças armadas.Não que ele gostasse da carreira militar,mas porque ele iria por influência de um major que era padrinho do seu irmão.No quartel ,ter como um peixe grande um oficial com tal patente é quase ter um seguro de vida!A proposta era indispensável.
Passou alguns meses no quartel e recebeu a proposta de se tornar cabo do exército.Logicamente o salário de um cabo é superior ao de um soldado,e para ele,que só tinha 18 anos,ja era uma riqueza.Pra quem não tem nada,metade é o dobro.
Não pensou nem duas vezes e não aceitou o cargo;e ainda por cima pediu baixa.Claro,grandes poderes geram grandes responsabilidades.O salário de um cabo não é tão superior ao de um soldado e ficou sabendo que os mais graduados sempre ficavam para a última baixa (só nessas horas é que os soldados se benificiam.)
Qualquer um sabe que o quartel é quase uma prisão.Ele era jovem,valeria a pena comprometer a sua juventude por alguns trocados?e quanto valeria a sua liberdade?Desistiu da carreira militar.
Um belo dia enquanto passava pela a rua onde morava,viu alguns rapazes animadosconversando com um senhor ainda mais animado que eles.Aproximou-se para ver o que é que estava rolando e descobriu que aquele senhor estava ali a procura de jovens que quiséssem trabalhar,precisava de jovens garotos que quiséssem trabalhar como menssageiros.O salário de um menssageiroé menor do que de um soldado mas a possibilidade de subir de cargo era alta,disse o senhor.
Pessoas custumam dar doces nas ruas em dia de Cosme e Damião mas ninguém sai pelas as ruas distribuindo empregos.Avisou aos seus amigos que aquilo era loucura,papo furado,e das certas,não caiu naquela conversa fiada.
Só depois veio saber que aquele humilde banco havia se tornado o banco do Brasil,e aqueles loucos que aceitaram o emprego,hoje se tornaram gerentes,na pior das hipóteses.
Ainda não havia perdido as esperanças de conseguir um bom emprego com um salário digno.Enquanto isso,arrumou um emprego que não era em nenhum banco mas ele precisava de alguns trocados.
Em uma noite,quando chegava do trabalho,encontrou o padrinho de seu irmão sentado em sua sala conversando com a sua mãe,aquele mesmo major que tinha lhe oferecido uma proposta,ele estava ali,outra vez lhe esperando,para oferecer uma segunda proposta.
Ele tinha a sorte,toda a sorte do mundo de ter o padrinho te teu irmão que lhe adorava tanto.Assim como ele, o velho major não havia desistido do rapaz.
A nova proposta era de um emprego em uma empresa humilde,que busca petróleo no Brasil.Peraí,buscavam petróleo no Brasil? isso só poderia ser mesmo coisa do nosso presidente Getúlio Vargas.
Não poderia trocar o certo pelo o duvidoso.Ele já havia aprendido no quartel que um tiro bem mirado é sempre um tiro certeiro.Valeria a pena arriscar-se?afinal,ele já estava trabalhando e largar um emprego para trabalhar em uma empresa que busca petróleo no Brasil é dar um tiro no escuro.Negou a proposta pela segunda vez só mais tarde ficou sabendo que a tal empresa achou mesmo petróleo no país e venho a se chamar Petrobrás.
Mas não era só de trabalho que vivia o nosso protagonista.Ele também gostava de se divertir.
Juntou com uma galera da Tijuca,Lins,Méier e adjascências.Ia todo o final de semana para um bar com umas garotas bonitas e uns cabeludos.Um deles em especial,se chamava Roberto, e andava de um lado para o outro com um violão debaixo do braço.Chegava nas rodinhas e cantava a mesma música do calhambeque que havia criado,enchendo o saco e os ouvidos de todos os presentes.
O nosso protagonista pouco se importava com aquilo tudo de música.Quem consiguia viver de música no Brasil? ainda mais quando não se tem talento ou aptidão para ela.
"Segurança",como era conhecido pelo pessoal da turma,era um moreno alto e esbelto,e aproveitava enquanto os cabeludos tocavam e se divertiam com o violão,ele traçava todas as meninas brancas que com eles andavam.Pensava consigo mesmo:- quem pode se importar tanto com a música em um lugar onde sem tem muitas mulheres dando sopa?
A resposta veio alguns anos depois,quando ouviu a velha música do calhambeque nas radios e aquele mesmo cabeludo hoje considerado um rei para muitos brasileiros.
Foi assim também quando conheceu o Garrincha,os dois tortos,não só das pernas,dividindo as conversas e os problemas enquanto comiam pernas de rã.Ele com os seus chopps e problemas pessoais e Garrinhca com a sua cachaça e os problemas dele,cada um no seu quadrado.
Ele nunca foi famoso,a não ser pelas pessoas da rua ou do bairro onde morava;nunca conseguiu ser artista.O máximo que conseguiu foi se tornar síndico de prédio e presidente de uma escola de samba no Méier.
A escola era pequena e começou a prosperar.Passou a participar das grandes competições junto das outras escolas campeãs.Promovia bailes e rodas de samba onde muita gente importante e famosa comparecia.Conseguia juntar muitas mulheres e bebidas em um único lugar.
Ainda assim não se casou com nenhuma beldade importante.Conheceu uma mulher que não era famosa porém bonita,e que assim como ele,gostava de samba e de cerveja.Foi com ela com quem teve seus filhos e viveu toda a sua vida.
Desistiu da vida do samba.Já não se fazia mais samba como antigamente;e ele sentia o peso da idade,já não era mais um jovem mas sim um homem,e começava a caminhar para a fase do senhor.Queria aproveitar a vida de aposentado.
Trabalhou por 30 anos como carcereiro em um presídio em Ilha Grande e quando descobriu que o Dr. Drauzio Varella havia passado 10 anos no presídio do carandiru e escreveu um livro,pensou,se ele também não poderia escrever um livro igual ou até mesmo melhor do que o do doutor.Pra quem trabalhou durante 30 anos em um presídio como o de Ilha Grande em uma época pós-ditadura, tinha muitas histórias para escrever não só um livro,mas dois livros.Mas não escreveu.
Foi assim desse jeito,que ele foi escrevendo a sua própria história.Foi fazendo as escolhas erradas que foi encontrando os caminhos certos.Não precisou ser famoso ou ser rico porque a sua maior riqueza eram as suas histórias,as lembranças,os amigos,a família.
A única coisa que fez foi contar suas histórias e sua vontade de escrever um livro a doi jovens e fazer as suas cabeças.Sem saber que eles mais tarde se tornariam grandes escritores e ele,viraria tema de suas poesias e contos.
O homem que nunca fez,nunca conseguiu ler este conto,porque ele morreu em uma noite fria e chuvosa,sentado na varanda,enquanto olhava para o céu e escolhia a sua casa,que ele nunca conseguiu construir nas estrelas.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
(ins)piração
algo sutil
que entra pela janela
da alma abanando o rabo
deita e ocupa quase
a metade do travesseiro
- tem cheiro de tosa -
é como verme de ouvido
entrando no lugar errado
- esse lado do peito, tá
ocupado?
leva segundos para notar
que de repente você já
está cantando
de novo.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Ingressos UNIvitelinos: Eu apoio!
"...E a noite ainda tem outras dobradinhas imperdíveis como dose dupla de caipirinha a noite toda e entrada única para irmãos gêmeos."
(revista Megazine 13/07/2010_Matéria: bora dar um dance hoje?)
Uma festa com entrada única para irmãos gêmeos? Como assim?!
Já imaginaram se essa onda pega?
(Clone nunca mais ficará na minha aba!)
Levantarei aqui uma forte campanha de apoio para dar continuidade a esse processo!
Ingressos ÚNICOS para gêmeos já!
Eu apoio!
segunda-feira, 12 de julho de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Ciclo sensorial
que eu não escrevo uma
só palavra
minha inspiração está atrasada
acho que estou grávido
de idéias.
Brenowski
quinta-feira, 24 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Repeat (10x)
dedos sujos na
lente
saudades...
saudades...
saudades...
saudades...
sem chegar
ao ponto
certo.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Para Maria Gabriela
De sufocar
Explodi em paixões
Pelos ares
pelos arredores
sem palavras
nenhuma frase de impacto
balbucio
canções de mestres do passado
sem saber o que dizer
tento transcrever
sentimentos
agora sabendo
que não tem volta
não quero voltar.
Erro de português
um ponto final
no romance
e deu a retirar-c
na des_ulpa
esse acento é
pequeno demais
para nós dois.
(fingi que o nosso lance
foi só um erro
de português)
domingo, 13 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
DUAS CARAS 2.0
Comédia
O que um poeta
disse para o outro?
Nada. poetas não dizem
nada.
Tragédia
mais uma alma
perdida
caída no chão
se jogou do décimo
terceira dimensão do
quarto
a platéia assistia
o nascimento da tragédia
um parto mal sucedido
do amor já morto
a cortina se fecha
sobre o corpo
fim do último ato.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Chuvas de verão
Chico Buarque cantando
na janela do quarto
a coisa mais chata do mundo
ligando o karaokê
vai passar
como uma enchente
barrenta Lamosa do Rio
como uma manchete de jornal
horóscopo novo
do dia seguinte
como tudo na vida
momentos e borrões
nos olhos esbugalhados
rezando para que
a luz acabe e o show
temine mais cedo
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Minutos perdidos
fico a ver
navios
e carros
em plena avenida
passos
vendido como
as meninas da
praça, do cafofo
vermelho
que piscam
os faróis
na esquina
e que precisam
de companhia
quarta-feira, 26 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Relicário
filmes de cinema
novo (e velhos)
as nossas frases
feitas para nós dois
( a sós)
Os poemas apaixonados
os beijos molhados
as vozes que embalavam
as vezes em que nos
somavamos em uma
- equação corporial
A poesia aviãozinho
- mastigada e rejeitada
voa até aterrizar em
sua boca
E as promessas que
exalam um cheiro
(de mofo)
Todas as coisas
clichês que um dia
nos deram prazer.
Brenowski
sexta-feira, 21 de maio de 2010
saudade em preto e branco
sonhos entra muda
e sai calada
fico bobo
são seus modos
que me paqueram
faço festa
a cada pausa
o silêncio que
proporciona
sinto falta
do início, do delírio
das descobertas
cheirando
a ma'halls
de melão.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Seção DUAS CARAS
Quem é o bom? Quem é o mau? O que é verdade? O que é falso? O que nos faz bem? O que nos faz mal? (conseguiríamos traçar um paralelo entre esses opostos?)
É partindo dessa idéia (dividida) que dois corpos semelhantes da cabeça aos pés, mas com palavras tão desiguais, resolveram encarar essas antíteses da vida e da própra rotina, da melhor forma que lhe cabiam. Vestindo a carapuça de que para tudo na vida, existem os dois lados da moeda. E que olhando de perto, bem de perto, são sempre muito parecidos...
Os poemas: Bem me quer/Mal me quer
Bem me quer
bem me quer
catando migalhas do
chão e pedindo licença
aos donos, aos pombos
da Carioca anunciando
um vôo novo, um salto
para a eternidade ao vivo
em rede nacional esquecendo
de olhar para os lados
enquanto atravesso
a Suburbana - do jeito
que mamãe ensinou
beijando os seus pés
e dizendo que eu a quero
assim, do jeitinho que
ela sempre quis
Mal me quer
riscou-me de
sua lista dos
10+
apagou cada palavra
minha de seu dicionário
- Romantês-Português
deletou-me de sua face
orkut e face book
apagou minhas cantigas
- nosso olhar a moda antiga
do seu disco de memórias
jogou o meu livro
de sua cabiceira
ladeira abaixo
baixo
me disse que os meus
poemas não enchem os olhos
(apenas o saco)
transformou nossa história
em mitologia
(não se sabe se é verdade ou mito)
tudo porque um dia
lhe dei um amor
que não merecia.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Brincadeira de criança
quarta-feira, 12 de maio de 2010
paraquedista
os dedos à marcenaria
de qualquer jardim
desatamos as mãos
e a tontura que dá
vem do alto
o cair das nuvens folhas
passarinhos avião papel
picado a lua no mar
silêncio de planta, euforia
de cama elástica, alegria
de piquinique no parque
e tanto carinho
guardo para você
numa luva de boxe.
Bruna Beber
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Trocas
Me dá um beijo
me dá um trevo
me dá um frevo
me dá um filho
me dá um trilho
me dá um brilho
me dá um canto
me dá um pranto
me dá um tanto
me dá um qualquer
me dá um bem me quer
me dá um abrigo
me dá um ombro amigo
me dá um olhar
me dá um falar
me dá um sorriso
me dá um dente
me dá um misto-quente
me dá uma esperança
me dá uma criança
me dá um arco-íris
me dá uma íris
me dá um nariz
me dá um rosto
me dá um gosto
me dá o dia
me dá a vida
se tu não puder cumprir
com todas as exigências
pode deixar que eu
te dou
Te dou um beijo
te dou um trevo
te dou um frevo....
Brenowski
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Nó(s)
numa das minhas tentativas
de encadernar sopros
uma folha em branco
pesou sobre minha mão
como era a vida antes de nós?
tento e não me recordo
as águas que banhavam
e separavam os sábados
do prazer e dos deveres
ora fria, depois que amansa
os pêlos, fica quente
entraram nos meus olhos
não vejo mais a bola
ou a borda da piscina
hoje, crescido e velho
só me arrependo de ter
decorado os acordes
depois que a banda passou
e na minha cabeça
a folha que continua em branco
toma a forma que dissona
agora pesa uma lembrança
antes de nós
a vida era só
um nó
terça-feira, 4 de maio de 2010
Amor moderninho
segunda-feira, 3 de maio de 2010
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
João e Maria
Acredite se quiser...(pra ter do que falar)
"Fizeram nos acreditar no amor
fizeram nos acreditar que o amor existe
em cada tela de cinema,
em cada página de livro,
em cada melodia de música
a cada olhar
a cada tocar
a cada sentir
a cada beijar
mas com o tempo descobrir que amor não há
amor não é
amor é estar
são momentos tão rápidos
sentimentos tão misturados
dificeis de se acreditar
dificeis de se nomear
então os poetas o chamaram de amar.
Só pra ter do que escrever, pra ter do que falar."
quarta-feira, 21 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Na estrada
Hit the road Jack
com o vento na cara
em compasso com
passos marcados
pelos pés descalços
sensação de liberdade?
os cadarços dos sapatos
apertam os meus passos
sensação de cansaço?
pego carona em novas
idéias.Levo na mochila
o desprezo embrulhada
em desespero
e Jack “On the road”
é a minha única companhia.
Brenowski
Fone de ouvido
é uma estação
perdida
que só é ouvida
enquanto você
passeia de ônibus
e quando lhe é
bem servida
você me desliga
e põe o seu
fone de ouvido
quarta-feira, 7 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
Biscoitos da sorte
terça-feira, 30 de março de 2010
A minha fama de mal
uma farpa sai de minha
boca acesa
centelhas - fogo
dessas doenças crônicas
que se herda de geração
para geração
para curar mal olhado
e praga vindo de mãe
Arranco-me o dedo do meio
e penduro na porta de
casa
Como tudo na vida são
exemplos e repetições
corto o meu cordão umbilical
e paro de botar seu
nome no meio
Woodstock
O sol dos anos 60
brilhava com mais cores
Flores
Flower-power
O coração bate na barriga
lembranças guardadas no peito
o cérebro faz a digestão dos
pensamentos Palavras escorrem
feito fezes
Lágrimas psicodélicas caem
na boca com um gostinho doce
Pingos de chuva
A tentativa hippie de
parar o mundo com um
beijo,um jeito,um gesto
desacansam em paz
beijinhos de amor
Paz & Amor
Sonho com uma grande
sinfonia Pessoas cantam
em sintonia
acordo sob a lua dos
anos 00
Que pesadelo
quinta-feira, 25 de março de 2010
Poema Vazio
...
Fique à vontade aqui
na oficina do diabo
seram bem-vindos todos
os pensamentos acanhados"
Brenowski
sábado, 20 de março de 2010
Lembranças de Gabriela
é ouvir modinha
de Dorival para Gabriela
sempre na voz da Gal
e descobrir que no fundo
essa moda pega
quarta-feira, 17 de março de 2010
Fome de tudo
é palavra perdida
Aquela sensação escrota
de esquecer o que iria
dizer
É quase um pecado
É como jogar comida fora
terça-feira, 16 de março de 2010
Nenhum de nós
Andando na rua.Nadando no mar de gente,não dando a mínima atenção decente.A reconheci de longe.Ela diz que não é ela: - Deve estar me confundindo com alguém.Com quem?ninguém fuma do jeito que você fuma,a fumaça já sai de tua boca com o aroma de tua saliva.Verde, esses olhos verdes não mentem,com cachecol no pescoço embrulhada para presente.Ela me diz descontente: - E você quem é? Eu paro,reflito e minto: - sou escritor de romances depravados.Mentira,apenas sobrevivi há alguns romances fracassados.Dois,íntimos de uma única noite,desconhecidos a luz do dia.Um,único desejo de ser o que não se é.Tampo a respiração,mergulho na multidão.Sem saber quem era.Talvez um dia,em uma outra noite perdida,nos reconheçamos pela solidão.
Brenowski
segunda-feira, 15 de março de 2010
Flores do mal
Cores anormais
sintético
patético
dores artificiais
flores normais
o pólen dos olhos
As pupilas das papoilas
dilatadas,dietéticas
diabólicas
antenas parabólicas
as flores do mal
exalam um perfume
que só os olhos conseguem sentir
Beba do veneno amargo
das plantas e me
procure em qualquer
pensamento florido
ou comprido
corrompido
estarei sentado
no banco da praça
com um bouquet
pra você
e com palavras que não
conseguem mentir.
Brenowski
Poeteiro
Tudo começou muito cedo quando eu ainda era apenas um menino ingênuo,curioso em descobrir o mundo,perguntei para o meu tio a diferença entre poema e poesia:
- Homem faz poema e mulher faz poesia.
Aquele moralismo de vanguarda não me fez crescer uma pessoa complexada,muito pelo contrario, acendeu ainda mais a minha curiosidade a cerca deste universo gramatical “underground”.
Foi na adolescência que eu tive a minha primeira experiência poetiva.E como todo poeteiro de primeira viagem,eu também comecei escondido no banheiro.Enganava a pobre de minha mãe ligando o chuveiro,fingindo estar me limpando de toda a sujeira do mundo enquanto sujava a mente com palavras ,me deliciava em grandes orgasmos mentais.
Adquiri o habito de poetar ao menos uma vez por dia,depois duas,três,quatro,agora de meia em meia hora.
Escolhia os lugares mais perigosos para aumentar a tensão e a imaginação:Salas de aulas,ônibus e até mesmo bancos de praça. Qualquer coisa me servia de inspiração e me despertava o prazer de poetar.Bastava olhar para um objeto,uma arvore,um animal,um homem...mas o que mais me satisfaziam mesmo eram as mulheres.
Só era preciso pensar naquela mulher que eu mais gostava,a mais bela(de preferência aquelas que eu não tinha coragem de falar) e toda a minha imaginação funcionava,dando-me prazeres mentais.Passava depois por elas com a vergonha estampada no rosto e o sentimento de culpa por poetar lindas musas com poesias sujas e marginais.
Por isso hoje eu grito,brado,repito e bato o pé no chão:
- Sou poeteiro sim!
Para a alegria dos poeteiros de plantão e para o espanto de toda a classe burguesa-romantica.
Poetar não é uma doença e sim uma necessidade!ela não ataca somente aos homens(as mulheres lutaram e hoje arranjaram um jeito peculiar para se satisfazerem).Não importa se você é velho ou novo,se você é hetero,metro ,bi ,homossexual,homem sensual ou esquisito,casado ou solteiro,ateu ou até mesmo cristão,o poeteiro sempre arruma um jeito para poetar.Ele nunca deixa de ser!
O prazer nasce da imaginação pela mulher amada,a inspiração começa na cabeça e termina nas mãos,nos dedos,em uma ejaculação de idéias.
Depois de todo trabalho feito,olhar para a folha de papel manchada com palavras,tendo a certeza que elas lhe dariam lindos frutos.
Brenowski
domingo, 14 de março de 2010
Vasilha vazia
sábado, 13 de março de 2010
Cantiga para não morrer
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Ferreira Gullar
quarta-feira, 10 de março de 2010
Aline
atiça o meu desejo de infância
de reviver as minhas molequices
da época do pique esconde
nos banheiros escondidos do play
de correr atrás de doces
e ganhar sempre uma travessura
no estilo clássico do pique-pega
Aline até hoje eu tento
arrumar pelo menos uma brecha
para lhe espiar no buraco da fechadura
segunda-feira, 8 de março de 2010
Pretérito imperfeito
hoge e sempre a sermos
um ponto bem profundo
excrito sempre por extenço
Devido a minha falta de
atenção lamento muito o
meu descuido por ter
aprendido ainda pequeno
a ler o mundo pelas mãos
com um gibi do Chico Bento